Thesis
Reflexões sobre o cuidar na terminalidade: uma perspectiva da atividade
Reflections on terminal care: an activity perspective
Registro en:
KAPPAUN, Nádia Roberta Chaves. Reflexões sobre o cuidar na terminalidade: uma perspectiva da atividade. 2019. 128 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019.
Autor
Kappaun, Nádia Roberta Chaves
Resumen
Na sociedade contemporânea, a morte ocorre no ambiente hospitalar, com o indivíduo isolado
e expropriado de si. Propostas como os cuidados paliativos ou a defesa do direito de morrer,
exigem a atuação do profissional da saúde, que não é preparado para lidar com a terminalidade.
Publicações científicas enfocam, frequentemente, o doente, suas demandas ou qual a forma
correta de morrer. Com essa pesquisa, propõe-se a aproximação do tema a partir do processo
de cuidado, objetivando analisar o cuidado na terminalidade a partir da perspectiva da atividade,
contribuindo para as discussões na área da saúde. As reflexões se deram em três etapas: análise
teórica sobre discursos circulantes quanto ao cuidado na terminalidade na área da saúde, análise
da atividade em cuidados paliativos e análise da atividade em um hospital geral, sem equipe de
cuidados paliativos para pacientes internados. Os resultados são apresentados em três artigos.
O primeiro, já publicado, discute a presença, em unidade especializada em cuidados paliativos,
de uma potência para a atuação dos profissionais, que viam contemplados seus valores quanto
ao cuidado realizado e alívio de sintomas de seus pacientes. Demonstrou-se que a associação
de habilidades dos profissionais com as condições disponibilizadas pela instituição era
fundamental para o sucesso do cuidado. O segundo artigo, um ensaio teórico, discute a evolução
da relação da sociedade ocidental com a morte, focalizando os discursos contemporâneos. Com
o referencial teórico da Ergologia, identificou-se alguns elementos que permeiam os discursos
sobre o cuidado nessas situações. O terceiro artigo apresenta a análise de dados produzidos por
pesquisa em um hospital geral, sem equipe de cuidados paliativos na internação. A compreensão
dos profissionais quanto aos cuidados adequados para os pacientes terminais girou em torno da
oferta de conforto. Destaca-se a necessidade de um comprometimento institucional (Estado e
serviços) e não somente de mudanças na formação e atuação dos profissionais. Ao final,
considera-se que o profissional da saúde deve gerir diversas contradições (institucionais e
socioculturais) para o cuidado ao paciente terminal, por isso não deve ser o único
responsabilizado pela realização do cuidado adequado. Isso aponta a necessidade de
contextualizar, a partir da atividade de profissionais de saúde, ações, políticas e propostas de
cuidado na terminalidade. Death in hospital environments in contemporary society often happens when individuals are
isolated or expropriated from themselves. Propositions such as palliative care or the defense for
the “right to die” demand the action of healthcare professionals who are not prepared to deal
with terminality. Scientific publications often address patients, their demands or the “right” way
to die. The topics terminality or terminal care are herein approached based on the caregiving
process; therefore, the aim of the study is to assess caregiving at patients’ terminal stage based
on the perspective of the terminal care activity. The idea is to contribute to the debate about this
topic in the healthcare field. Reflections encompassed three stages: theoretical analysis of the
current discourse about the topic terminal care in the healthcare field, analysis of palliative care
activity setting and the analysis of overall hospital activity – without a specialized team to give
palliative care to inpatients. Results are presented in three articles; the first – which was already
published – addresses a powerful team to act in units specialized in palliative care that have
been seen their concepts about the care to be given to their patients, and the relieve of their
symptoms, be put in place. It stated that the association between professional skills and the
conditions made available by the institution was essential for a successful caregiving. The
second article, which is a theoretical essay, addresses the evolution of Western society’s
relationship with death by focusing on the contemporary discourses. Based on theoretical
references in the Ergology field, it was possible identifying some elements approached in
discourses about caregiving to patients under the herein addressed conditions. The third article
presents the analysis of data collected through a research carried out in a general assistance
hospital, which does not have a palliative care team for hospitalized patients. Professionals’
understanding about the proper care to terminal patients lied on offering comfort. The need of
institutional engagement (State and services) is outstanding, rather than just changes in
professional qualification and performance. Finally, it is concluded that healthcare
professionals must manage several contradictions (institutional and sociocultural) in order to
take care of terminal patients, they are not supposed to be just the professionals responsible for
giving adequate care. This conclusion points towards the need of contextualizing actions,
policies and propositions on the care given to terminal patients, based on the caregiving activity
conducted by healthcare professionals.
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