Dissertation
Contribuiçäo ao estudo do distúrbio hiperativo e deficitário da atençäo em escolares da rede pública
Registro en:
D'OLIVEIRA, Carlos Felipe Almeida. Contribuiçäo ao estudo do distúrbio hiperativo e deficitário da atençäo em escolares da rede pública. 1997. 84 f. Dissertação (Mestrado em Saúde da Criança e da Mulher)-Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 1997.
Autor
D'Oliveira, Carlos Felipe Almeida
Resumen
A análise das três classifiçöes publicadas pela Associaçäo Americana de Psiquiatria mostra-nos como uma determinada categoria clínica, o Distúrbio Hiperativo e Deficitário da Atençäo (DHDA) teve seu nome e os critérios para o seu diagnóstico modificados no decorrer dos últimos quinze anos. A metodologia da pesquisa em psicopatologia de crianças apresenta uma série de controvérsias näo apenas relacionadas às variaçöes dos critérios diagnósticos e dos instrumentos de medidas, mas também às variaçöes das amostras e do desenho das pesquisas. Os estudos de prevalência do DHDA apresentam uma ampla variabilidade na ocorrência deste distúrbio devido às diferentes metodologias aplicadas. De acordo com uma revisäo feita em diversos estudos, as taxas de prevalência variam de 1 por cento a 14,3 por cento. Um dos aspectos que tem contribuido para a complexidade destes estudos tem sido a presença de comodidades associadas ao DHDA. Teve como objetivo o estudo da prevalência do DHDA em escolares da regiäo urbana do Rio de Janeiro e dos correlatos de comportamentais deste distúrbio. Foram estudadas duas amostras populacionais. O instrumento de avaliaçäo do DHDA foi uma escala baseada nos itens do DSM-IIIR (Brito & Pinto, 1995) e os casos selecionados foram classificados adotando-se os critérios do DSM-IV. Foi utilizada também a Escala de Conners para o Professor para se estudar os correlatos comportamentais do distúrbio. A análise fatorial da Escala de Conners demonstrou que existe uma independência parcial entre as dimensöes hiperatividade -impulsividade e desatençäo. A escala mostrou também uma associaçäo entre a hiperatividade e os problemas de conduta. As taxas de prevalência encontradas foram de cêrca de 10 por cento em meninos entre 4 e 11 anos de idade, comparáveis aquelas encontradas no Canadá. Após esta idade nossas taxas foram menores sugerindo que o DHDA em meninos na nossa populaçäo esteja associado com o fenomeno de evasäo escolar. As taxas de prevalência do distúrbio em meninas no nosso meio foi três vezes maior na faixa etária de 4 a 11 anos. Os dados encontrados sugerem que os estudos de prevalência do DHDA em crianças e adolescentes deve ser feito por sexo e faixas etárias. Sugerimos que a seleçäo de casos de DHDA em crianças e adolescentes deve ser feita utilizando-se outros instrumentos de medida além das escalas baseadas unicamente na avaliaçäo de professores.