Dissertation
Estado nutricional de crianças indígenas Guarani no sudeste do Brasil
Nutritional status of indigenous children in southeastern Brazil Guarani
Registro en:
BARRETO, Carla Tatiana Garcia. Estado nutricional de crianças indígenas Guarani no sudeste do Brasil. 2011. 88 f. Dissertação (Mestrado em Epidemiologia em Saúde Pública) - Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2011.
Autor
Barreto, Carla Tatiana Garcia
Resumen
A desnutrição e a anemia figuram entre os principais problemas de saúde das crianças menor 5 anos em países em desenvolvimento e costumam integrar um circulo vicioso de desnutrição-infecção, no qual as infecções respiratórias agudas (IRA) e as diarréiaspossuem grande relevância epidemiológica. Estudos em povos indígenas no Brasil descrevem altas prevalências de desnutrição infantil e de anemia nesse grupo etário. Recentemente, foi demonstrado que as IRA e diarréias estão entre as principais causas de hospitalização e óbito nas crianças Guarani menor 5 anos no Sul e Sudeste do Brasil, tendo sido identificados entre os fatores de risco para hospitalização por IRA o baixopeso ao nascer e a desnutrição medida pelo índice P/I. O objetivo deste estudo foi caracterizar o estado nutricional das crianças indígenas Guarani menor 5 anos residente em 5 aldeias do litoral sul do Rio de Janeiro e em uma aldeia contígua às anteriores, no litoralnorte de São Paulo. Realizou-se uma análise descritiva das prevalências de desnutrição e anemia e análise de regressão logística multivariada hierárquica, para identificardeterminantes desses agravos. A baixa estatura para idade (E/I) foi o principal défict antropométrico encontrado, sobretudo quando utilizada a curva de referência da OMS (NCHS: 40,8 por cento; OMS: 50,4), seguida dos índices P/I (NCHS: 11,0 por cento; OMS: 7,9 por cento) e P/E (NCHS: 1,6 por cento; OMS: 0,8 por cento). As prevalências de desnutrição pelos índices E/I e P/Isofrem forte incremento a partir dos 12 meses, sendo maiores entre 12 e 23 meses de idade. A prevalência global de anemia foi de 65,2 por cento, chegando a 88,9% entre 6 e 11 meses.