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Efeito modificador da escolaridade na associação entre incapacidade e sintomas depressivos entre idosos comunitários: evidências da Rede FIBRA-BH
Registro en:
TORRES, Juliana Lustosa; SILVA, Silvia Lanziotti Azevedo da; LUSTOSA, Lygia Paccini. Efeito modificador da escolaridade na associação entre incapacidade e sintomas depressivos entre idosos comunitários: evidências da Rede FIBRA-BH. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 8., 2019, João Pessoa. Anais... João Pessoa: ABRASCO, 2019. 2 p.
978-85-85740-10-8
Autor
Torres, Juliana Lustosa
Silva, Silvia Lanziotti Azevedo da
Lustosa, Lygia Paccini
Resumen
Estudos prévios mostraram iniquidades em incapacidade e depressão em idosos brasileiros. Entretanto, nenhum considerou o status socioeconômico como um fator modificador. O entendimento desse efeito é importante uma vez que a depressão é hipnotizada a levar a uma incapacidade e o melhor status socioeconômico pode atenuar essa associação devido ao menor nível de estresse acumulado no curso de vida. O objetivo deste estudo foi explorar se o status socioeconômico modifica a associação entre sintomas depressivos e incapacidade em idosos de Belo Horizonte. Este estudo seccional usou dados da Rede FIBRA-BH, estudo multicêntrico realizado em uma amostra representativa de idosos com 65 anos e mais em diferentes cidades do Brasil, incluindo Belo Horizonte. Os dados foram coletados em 2008-2009. A variável dependente foi a incapacidade, medida pela dificuldade em desempenhar pelo menos uma atividade básica ou instrumental de vida diária. Os sintomas depressivos foram avaliados através da Escala de Depressão Geriátria (GDS-15, ponto de corte >5). Os anos de escolaridade foram categorizados em 0 anos, 1-8 anos e ≥ 9 anos. Covariáveis incluíram sexo, idade e número de comorbidades. A análise estatística foi baseada no modelo de Regressão Logística. Dos 606 participantes da Rede FIBRA-BH, 596 (98,3%) tinham informações completas em relação às variáveis em estudo e foram incluídos na presente análise. A idade média dos participantes foi 74,3 (DP=6,4), sendo a maioria mulheres (66,3%). A prevalência de incapacidade foi de 43,4%. A análise multivariada mostrou que quando ajustado por escolaridade, o Odds ratio (OR) para sintomas depressivos foi de 1,99 (IC95%-1,18-3-34). Entretanto, ao considerar-se a escolaridade como efeito modificador, vê-se um efeito dose-resposta: OR dos sintomas depressivos passou a ser 1,78 (IC95%-1,13-2,83) para a categoria 1-8 anos de escolaridade e 3,85 (IC95%-1,06-13-93) para a categoria de 0 anos. Evidenciou-se um claro efeito modificador na associação entre sintomas depressivos e incapacidade em idosos, com maiores níveis de incapacidade e sintomas depressivos entre os participantes com pior escolaridade. Profissionais de saúde devem implementar rastreio de sintomas depressivos em populações com baixa escolaridade a fim de iniciar a prevenção precoce da incapacidade, diminuir os custos com os serviços de saúde e promover a equidade.