Thesis
Atuação do ginecologista infanto-puberal frente ao abuso sexual
Registro en:
ATHAYDE, Carmen Lucia de Abreu. Atuação do ginecologista infanto-puberal frente ao abuso sexual. 2007. xiii, 239 f. Tese (Doutorado em Saúde da Criança e da Mulher)-Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2007.
Autor
Athayde, Carmen Lucia de Abreu
Resumen
Esta pesquisa buscou estudar a atuação dos ginecologistas infanto-puberais do Estado do Rio de Janeiro frente ao abuso sexual infanto-juvenil. Procuramos abordar os aspectos de diagnóstico e tratamento, além de outros fatores que podem interferir nessa assistência. A metodologia utilizada aliou a pesquisa qualitativa à quantitativa, numa perspectiva de triangulação de métodos, procurando avaliar extensivamente a atuação desses profissionais e demonstrar as implicações subjetivas dos sujeitos na construção dessa rotina de atendimento.Os instrumentos de pesquisa utilizados foram: questionário auto-aplicável e entrevistas semi-estruturadas. A população alvo do estudo quantitativo foi composta por 78 ginecologistas infanto-puberais filiados à Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia da Infância e Adolescência no Estado do Rio de Janeiro. Alcançamos 48,7% dos profissionais..
Nas entrevistas qualitativas foram entrevistados nove ginecologistas infanto-puberais, agregando profissionais que, embora não fossem filiados a essa entidade, atuam em serviços especializados de ginecologia infanto-puberal no estado. Dentre os profissionais entrevistados observamos, que 81,6% deles referiram ter suspeitado do abuso sexual infantil, enquanto 52,6% dos ginecologistas infanto-puberais tiveram tal suspeita em relação ao adolescentes. Com relação à certeza diagnóstica do abuso sexual, ela ocorreu para 76,5% dos profissionais para o grupo etário infantil e, para 55,6% quando a abordagem dirigiu-se aos adolescentes. Notamos uma priorização das queixas relatadas pelas próprias pacientes quando se tratava de adolescentes, tanto no que se refere aos casos suspeitos quanto aos confirmados..
No tocante às crianças, sempre houve um maior crédito ao testemunho formulado por terceiros. Os achados físicos que mais contribuíram para a suspeição dos casos de abuso sexual infantil na visão desses profissionais foram: infecção pelo papilomavírus humano - HPV - (51,6%), alargamento do orifício himenal e fissura anal (45,2%). a certeza diagnóstica aconteceu baseada, principalmente, em infecção pelo HPV (54,8%), laceração aguda ou equimose do hímen (51,6%) e secção himenal cicatrizada (45,2%). Para o grupo de adolescentes, as lesões mais significativas na suspeição do abuso sexual foram: infecção pelo HPV (48,1%) e ferimento na fossa navicular (40,7%).No grupo de adolescentes, a gravidez despontou como o grande sinalizador da certeza diagnóstica do abuso sexual para os ginecologistas infanto-puberais em questão (60,7%), assim como a infecção pelo herpes-vírus (60,7%), seguida de laceração aguda ou equimose do hímen, infecção por HIV e HPV (50%)..
Os resultados mostram a ausência de uma educação formal da grnade maioria desses profissionais no que tange à atuação frente aos casos de abuso sexual infanto-juvenil, levando à falta de uniformidade nas condutas desse contingente profissinal. Foi possível identificar alguns fatores pessoais e de ordem institucional que interferem nessa atuação, podendo melhorá-la ou prejudicá-la. Dentre os fatores encontrados e que levaram a um maior comprometimento com esse tipo de assistência citamos: observação da violência sexual como questão de saúde pública e que demanda cuidados específicos; apoio de equipe multidisciplinar; maior visibilidade das situações violentas na atualidade; organização própria dos serviços de atendimento à violência. Por outro lado, o estigma da violência, a dificuldade de verbalização pelas pacientes e a pouca integração intra-institucional e interinstitucional confiram obstáculos ao desempenho desses profissionais.Como sugestões para promover uma melhor assistência propomos: melhor estruturação dos serviços; capacitação comum na graduação médica para permitir o rastreio de situações abusivas; capacitação específica durante a especialização para aqueles profissionais interessados nesta temática.
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