Thesis
Transplante Hepatocitário: uma alternativa terapêutica para a insuficiência hepática aguda
Registro en:
CARDOSO, Liana Monteiro da Fonseca. Transplante hepatocitário: uma alternativa terapêutica para a insuficiência hepática aguda. 2019. 116 f. Tese (Doutorado em Biologia Celular e Molecular) - Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019.
Autor
Cardoso, Liana Monteiro da Fonseca
Resumen
Dentre as doenças hepáticas que acometem o fígado, a insuficiência hepática aguda (IHA) destaca-se pela rápida perda da função hepática, com um alto índice de mortalidade que, em alguns estudos clínicos, pode chegar a 80%. A causa mais comum de IHA no Brasil é a hepatite viral, seguida pela hepatite medicamentosa e intoxicação exógena. Embora existam terapias visando o tratamento de IHA, o transplante hepático ainda é a única opção terapêutica definitiva para pacientes com doença hepática terminal. No entanto, a escassez de órgãos para o transplante impõe limitação ao número de pacientes beneficiados. Consequentemente, um grande número de pacientes permanece nas filas de espera, contribuindo para elevar o índice de mortalidade. Alguns procedimentos para estender o número de pacientes beneficiados com transplantes têm sido realizados, dentre eles podemos citar o transplante inter-vivo e o transplante hepático dominó. Vale ressaltar que, tais alternativas ainda são insatisfatórias quando relacionadas com o número de pacientes que precisam do transplante. Assim, a proposta do transplante hepatocitário pode melhorar a qualidade de vida até o transplante ou mesmo levar à recuperação espontânea do paciente. Contudo, o maior desafio para a ampla aplicação clínica desse método é a disponibilidade de quantidade, com qualidade suficiente das células do fígado para o transplante Uma possível solução seria a utilização de fígados rejeitados para o transplante, associado à otimização dos processos de isolamento, e de criopreservação de hepatócitos provenientes desses órgãos. Nesse contexto, o presente trabalho propõe uma caracterização geral, em modelo experimental, de protocolo para terapia celular baseada na coleta de populações de células hepáticas de órgãos rejeitados para o transplante ortotópico, associado à otimização da criopreservação para a criação de bancos de células com vistas ao futuro tratamento de IHA. Para isso, neste trabalho, desenvolvemos um modelo químico de IHA utilizando uma dose única de 400 mg/Kg de acetaminofeno i.p. E um modelo de macroesteatose, doadores de células submetidos a uma dieta deficiente em metionina e colina. Nossos resultados demonstraram que é possível realizar a separação entre os hepatócitos com altos níveis de esteatose das células com pouca ou nenhuma vesícula lipídica utilizando dois processos de centrifugação. Além disso, a terapia celular com a infusão de hepatócitos, apresentaram um leve aumento na sobrevida, com diminuição das enzimas hepáticas AST e ALT além do aumento da produção de albumina quando comparado ao grupo dos animais que não foram submetidos à terapia celular. Para a otimização da criopreservação, utilizamos algoritmos de machine learning como ferramenta de previsão às melhores condições de congelamento para hepatócitos murinos. Among the liver diseases that affect the liver, acute liver failure (ALF) stands out for the rapid loss of liver function, with a high mortality rate that can reach 80% in some clinical studies. The most common cause of ALF in Brazil is viral hepatitis, followed by drug hepatitis and exogenous intoxication. Although there are therapies aimed at treating HAI, liver transplantation is still the only definitive therapeutic option for patients with terminal liver disease. However, the shortage of organs for transplantation imposes limitations on the number of patients benefited. Consequently, a large number of patients remain in the queues, contributing to increase the mortality rate. Some procedures to extend the number of transplant recipients have been performed, including inter-vivo transplantation and domino liver transplantation. It is noteworthy that such alternatives are still unsatisfactory when related to the number of patients who need the transplant. Thus, the proposed hepatocyte transplant can improve the quality of life until transplantation or even lead to spontaneous recovery of the patient. However, the biggest challenge for the wide clinical application of this method is the availability of sufficient quality of liver cells for transplantation A possible solution would be the use of rejected livers for transplantation, associated with the optimization of isolation processes, and cryopreservation of hepatocytes from these organs. In this context, the present work proposes a general characterization, in an experimental model, of a protocol for cell therapy based on the collection of liver cell populations from rejected organs for orthotopic transplantation, associated with the optimization of cryopreservation for the creation of cell banks aiming at future treatment for ALF. Therefore, in this work, we developed a chemical model of ALF using a single dose of 400 mg/kg of acetaminophen i.p. It is a macrosteatosis model, donors of cells undergoing a methionine and choline deficient diet. Our results demonstrated that it is possible to separate hepatocytes with high levels of steatosis from cells with little or no lipid vesicle using two centrifugation processes. In addition, cell therapy with hepatocyte infusion showed a slight increase in survival, with decreased liver enzymes AST and ALT in addition to increased albumin production when compared to the group of animals that did not undergo cell therapy. For the optimization of cryopreservation, we used machine learning algorithms as a tool to predict the best freezing conditions for murine hepatocytes.