Tecnologia: Restaurantes e bares e a transmissão de COVID-19 Indicação: Cuidado dos servidores que necessitam de utilizar restaurantes e/ou bares durante a pandemia para alimentação. Caracterização da tecnologia: A nota rápida de evidência foi elaborada para atualizar as evidências referentes ao papel dos restaurantes e restaurantes na transmissão da COVID-19. As evidências apresentadas são as que estão atualmente disponíveis e devem ser revisadas com a finalidade de renovar e de tornar público dados de importância para a saúde pública. Contexto e Pergunta: A Fiocruz Brasília está elaborando proposta de plano de retorno e em reunião entre assessoria da Direção, o Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde (NEVS) e o Programa de Evidencias para Políticas e Tecnologias em Saúde (PEPTS) surgiu a necessidade de uma nota de revisão rápida sobre qual a participação dos restaurantes e bares na transmissão da COVID-19. Busca e análise das evidências científicas: As buscas foram realizadas no dia 12/08/2012 via OVID nas seguintes bases de dados: Embase Classic+Embase, Global Health , Joanna Briggs Institute EBP Database, Ovid MEDLINE(R) and Epub Ahead of Print, In-Process & Other Non-Indexed Citations, Daily and Versions e na literatura cinza. Resumo dos resultados dos estudos selecionados: No total 16 artigos foram encontrados na busca nas bases de dados sendo 7 duplicados, ao final, foram lidos na íntegra 9 artigos. Desses, 4 artigos foram inseridos oriundos das bases de dados via OVID e 2 artigos foram extraídos da literatura cinza (Google Scholar). O estudo de Jianyun Lu et al1 (2020) teve como objetivo investigar um surto de Coronavírus (COVID-19) entre 26 de janeiro de 2020 e 10 fevereiro 2020 que afetou 10 pessoas de 3 famílias que se alimentaram no mesmo restaurante, em que os autores investigaram que a transmissão de gotículas foi induzida por meio da direção do fluxo de ar do ar condicionado. Para evitar a disseminação de COVID-19 em restaurantes, o estudo recomendou monitorar a temperatura dos clientes, aumentar a distância entre as mesas e melhorar a ventilação dentro dos estabelecimentos. O estudo de Lidia Morawska et al2 (2020) não abordou especificamente o contexto dos restaurantes, masteve como objetivo demostrar como a transmissão de COVID-19 pode ser minimizada em ambientes fechados. As principais recomendações foram: complementar a ventilação existente com purificadores de ar portáteis, com sistemas de filtração mecânica para capturar as microgotículas, fazer a, manutenção e troca dos filtros de ar e evitar superlotação dos ambientes, como por exemplo, em restaurantes, diminuindo o número de mesas, localizando-as com distanciamento adequado, e aumentando a ventilação. O estudo de Abajo et al4 (2020) teve como objetivo defender o uso de luz UV-C como uma forma de em curto prazo, limitar a disseminação do vírus SARS-CoV-2, concluindo que em espaços menores, como banheiros, elevadores e outros ambientes que são usados de forma intermitente com uma alta rotatividade de pessoas, esses raios UV-C podem ser utilizados s com segurança a uma alta intensidade de radiação enquanto não estiverem em uso.. O estudo de Yuki Furuse et al.5 (2020) teve como objetivo analisar casos de Coronavírus no Japão e identificar 61 case-clusters em unidade de saúde, restaurantes e bares, local de trabalho e de eventos musicais. O estudo investigou a ligação epidemiológica de casos de COVID-19 identificados em 61 clusters em vários contextos, dentre eles, ocorreram 10 casos de COVID-19 (16%) em restaurantes ou bares casos . Nesse estudo de Yuki Furuse et al. 5 (2020) a investigação e a localização ativa de casos foram essenciais para estabelecer ligações com outros casos ou eventos de transmissão. Sendo que a detecção de clusters de casos pode levar à efetiva quarentena dos contatos próximos e à identificação de fatores de risco auxiliando na contenção da transmissão pela vigilância epidemiológica. O estudo de Mehrabadi et al.6 (2020) avaliou a tendência do interesse público em restaurantes e bares e os casos diários de COVID-19 nos EUA por meio de uma análise com Google Trends. O estudo de Mehrabadi et al.6 (2020) sugeriu que o efeito das pesquisas no google de restaurantes e de bares é maior nas regiões com mais casos novos diários de COVID-19 em comparação com as regiões que têm um número menor de casos positivos relatados todos os dias, sendo comprovado por modelos de casualidade de Granger e valores mais altos de correlação de Pearson. O Google trends pode, portanto, ser usado como informações adicionais para previsão de casos de COVID-19. O estudo de Nittayasoot et al.7 (2020) teve como objetivo identificar casos de COVID-19 em restaurante na Tailândia, concluindo sobre a importância das medidas de prevenção e controle para restaurantes e que esses são uma fonte potencial de surtos da doenca. O regulamento para o funcionamento de restaurantes na Tailância baseou-se em 5 pilares: (1) sistema de triagem; (2) rastrear sistemas usando um aplicativo baseado em tecnologia chamado “Thai chana”1 ; (3) distanciamento entre as mesas ≥2 metros ou insercao de uma barreira a cada ≥1,5 metros e uso de equipamento de proteção adequado; (4) ventilação do ar (5) intensificacao de procedimentos de limpeza e desinfecção. Recomendação: Baseando-se nas escassas evidências disponíveis até o momento, dois estudos que investigaram surtos de COVID-19 em restaurantes citaram espaços confinados que usam ar condicionado, falta de uso de equipamentos de proteção dos funcionários e de medidas de saúde pública como sendo problemas a serem enfrentados. Outro estudo sugere o uso de luz UVC como alternativa para desinfecção de ambientes com circulação intermitente de pessoas. Outro estudo adotou um aplicativo 2 de celulares com o sistema de rastreamento online onde os clientes podem ser rastreados e mensagens de texto podem ser enviadas para eles caso precisem ser testados para auxiliar no monitoramento da COVID-19. Outro estudo usou o Google Trends para identificar cluster de maior circulacao de pessoas e incidencia da COVID-19. As recomendações para o contexto dos restaurantes e bares está direcionada para sistema de triagem com interlocucao com os orgaos de vigilancia sanitaria e epidemiologica; distanciamento fisico adequado (espaço entre mesas ≥2 metros ou inclusao de barreira a cada ≥1,5 metros), uso de máscaras pelos clinetes e equipamentos de protecao individual (mascaras, viseiras e luvas para funaiconarios); cuidados com ventilação do ar em ambinetes indoor (com preferencia para ambiente outdoor) e intensificacao de procedimentos de limpeza e desinfecção. Essas práticas provavelmente levariam a um controle da tranmissão e melhor acompanhemento da COVID-19 minimizando o número de casos e de contatos.