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Centro de convivência e cultura: diferentes concepções sobre um dispositivo em diálogo
Registro en:
ESTEVEZ ALVAREZ, Ariadna Patrícia; SILVA, Claudia Osorio. Centro de convivência e cultura: diferentes concepções sobre um dispositivo em diálogo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 8., 2019, João Pessoa. Anais... João Pessoa: ABRASCO, 2019. 2 p.
978-85-85740-10-8
Autor
Estevez Alvarez, Ariadna Patrícia
Silva, Claudia Osorio
Resumen
Os Centros de Convivência (CECO) estão previstos no âmbito da atenção básica como unidade pública, onde são oferecidos à população em geral espaços de sociabilidade, produção e intervenção na cultura e na cidade.(Portaria 3088/2011). No Rio de Janeiro, os três CECOs foram inaugurados em 2011, 2012 e 2013, "ligados" a serviços de saúde mental e realizam atividades de arte, lazer e cultura. O objetivo é promover o debate sobre as concepções vigentes sobre o que é, para que serve, a quem se destina, e como pode funcionar o CECO, possibilitando o desenvolvimento coletivo das ações, a partir do contato com as experiências antecedentes. A metodologia usada foi a entrevista, na perspectiva cartográfica, que baseia-se nas seguintes diretrizes: a entrevista não visa à fala sobre a experiência, e sim à experiência na fala; ela intervém na abertura à experiência do processo do dizer; e busca a pluralidade de vozes.Quatro entrevistas foram realizadas com professores-pesquisadores com vasta experiência no campo da saúde mental, na militância da luta antimanicomial, na gestão pública e na atenção em saúde. Elas buscaram conhecer as experiências antecedentes aos CECOs existentes no Rio de Janeiro, da década de 90 aos dias atuais, e impressões sobre as atribuições, contribuições e desafios deste dispositivo. Foram mapeadas três concepções distintas sobre CECO. 1) Como um dispositivo que já nasce dentro de um modelo assistencial por ser um serviço de saúde. Ele funcionaria seguindo uma lógica terapêutica por pertencer à rede de atenção, sem fazer ruptura total com medicalização da vida 2) Como dispositivo complementar à rede de atenção cuja finalidade não seria estritamente se incorporar ao projeto terapêutico, mas apontar caminhos de apoio à autonomia e a sociabilidade do usuário 3)Como a possibilidade de desconstruir essa "identidade monolítica de paciente", se diferencia de uma unidade de tratamento, possibilita uma outra relação com a vida, lazer, trabalho, cidade, cultura, e consigo próprio. Há controvérsia sobre qual é o lugar dos CECOs junto à RAPS. Ele exerce função terapêutica? Conclui-se que a pluralidade de experiências anteriores estabeleceram a narrativa da importância de ocupar a cidade, os espaços públicos, de acessar e produzir cultura. Entre elas, o Clube do Esquina (1996) e os Pontos de Cultura (2004). Em comum tais experiências destacam o protagonismo dos usuários e a construção de um novo lugar social para a loucura.