Thesis
Hibridização in situ, imuno-histoquímica e cultura parasitólogica em diferentes tecidos para confirmação de infecção por Leishmania infantum em cães sororreagentes
Registro en:
FURTADO, Marina Carvalho. Hibridização in situ, imuno-histoquímica e cultura parasitólogica em diferentes tecidos para confirmação de infecção por Leishmania infantum em cães sororreagentes. 2015. 50 f. Tese (Doutorado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas)-Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Rio de Janeiro, 2015.
Autor
Furtado, Marina Carvalho
Resumen
Leishmania infantum é o protozoário agente etiológico da leishmaniose visceral (LV) no Novo e no Velho Mundo. No município de Barra Mansa, no estado do Rio de Janeiro, foram reportados entre 2010 e 2013, nove casos de LV em humanos e um surto da doença em cães. O cão doméstico é apontado como principal reservatório do parasito em áreas urbanas no Brasil. Os objetivos do presente estudo foram: 1) Apresentar o surto de leishmaniose visceral canina (LVC) em Barra Mansa e identificar a espécie de Leishmania circulante na região; 2) Avaliar o valor preditivo positivo do protocolo de sorologia utilizado em inquérito de LVC; 3) Comparar as técnicas de hibridização in situ (ISH), imuno-histoquímica (IHQ) e cultura parasitológica (CP) no diagnóstico da infecção por L. infantum em pele (P), baço (B), linfonodo (L) e medula óssea (MO) de cães sororreagentes; e 4) Comparar a freqüência de infecção ativa por L. infantum em diferentes tecidos de cães sintomáticos e assintomáticos. Na primeira etapa do estudo um inquérito epidemiológico avaliou 3.103 cães e identificou 141 sororreagentes. Destes foram coletadas amostras de P, B, L e MO para CP e em 82% houve isolamento de L. infantum Na segunda etapa do estudo foram realizadas as técnicas de ISH, IHQ e CP em amostras de P, B, L e MO de 65 cães sororreagentes. A ISH aplicada a amostras de B ou L foi o método que apresentou a maior taxa de positividade de detecção de L. infantum. As taxas totais de positividade apresentadas pelas técnicas de IHQ, ISH e CP foram 70%, 68,1% e 65,8% respectivamente. Associando as três técnicas, as taxas de positividade foram 81,5% em amostras de B, 79% em L, 59% em MO e 52,3% em P. A infecção por L. infantum foi confirmada em 95,8% dos cães sintomáticos e em 82,4% dos assintomáticos. A maior porcentagem de animais infectados foi detectada em amostras de L. Utilizando somente amostras de P, a taxa de positividade foi significativamente mais alta no grupo de cães sintomáticos do que no de assintomáticos (p= 0,011). Em conclusão, a alta taxa de confirmação da infecção por L. infantum em cães sororreagentes, indicou um bom valor preditivo positivo do protocolo sorológico utilizado. A técnica de ISH apresentou um bom desempenho e pode ser um possível teste padrão de referência no diagnóstico da infecção por L. infantum em cães. O B e o L são os tecidos mais indicados para detecção de L. infantum em cães sororreagentes, independentemente da condição clínica. A P constitui uma boa alternativa apenas em cães sintomáticos. Tanto cães sintomáticos quanto assintomáticos apresentaram alta frequência de infecção ativa por L. infantum, principalmente em B, L e MO Leishmania infantum is the etiological agent of visceral leishmaniasis (VL) in the New and the Old World. Nine cases of human VL and an outbreak of the disease in dogs were reported in the municipality of Barra Mansa, state of Rio de Janeiro, Brazil, between the years of 2010 and 2013. The aims of this study were: 1) To present the canine visceral leishmaniasis (CVL) outbreak in Barra Mansa and to identify the Leishmania species present in the region; 2) To evaluate the positive predictive value of the serological protocol used in CVL surveys; 3) To compare in situ hybridization (ISH), immunohistochemistry (IHC) and parasitological culture (PC) techniques for the diagnosis of L. infantum infection in skin (SK), spleen (SP), lymph node (LN) and bone marrow (BM) of seropositive dogs; 4) To compare the frequency of active infection with L. infantum in various tissues of symptomatic and asymptomatic dogs. In the first phase of the study, a serological survey assessed 3,103 dogs and identified 141 seropositive dogs. From these, SK, SP, LN and BM were sampled for PC and L. infantum was isolated from 82% of the dogs In the second phase we performed ISH, IHC and PC on SK, SP, LN and BM samples of 65 seropositive dogs. The ISH applied to LN or SP sections presented the highest positivity rates of L. infantum detection. The total positivity rates by IHC, ISH and PC were 70%, 68.1% and 65.8%, respectively. By combining the three techniques, the positivity rates were 81.5% in SP samples, 79% in LN, 59% in BM and 52.3% in SK. The infection with L. infantum was confirmed in 95.8% of symptomatic and in 82.4% of asymptomatic dogs. The highest percentage of infected dogs was detected by using LN samples. By using only SK samples, the positivity rate was significantly higher in the symptomatic group than in the asymptomatic one (p= 0.011). In conclusion, the high rate of confirmation of infection with L. infantum in seropositive dogs indicated a good positive predictive value of the applied serological protocol. The ISH technique presented a good performance and may be a possible reference standard test for diagnosis of L. infantum infection in dogs. SP and LN are the most suitable tissues to detect L. infantum in seropositive dogs, regardless their clinical condition. The SK is a good choice only in symptomatic dogs. Both symptomatic and asymptomatic seropositive dogs from the studied area had a high frequency of L. infantum active infection, especially in SP, LN and BM 2500-12-31