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Uso de plantas medicinais por idosos adscritos à atenção primária em Porto Alegre/RS e potenciais interações planta-medicamento
Use of medicinal plants by the elderly at primary health care in Porto Alegre/ RS and potential herb-drug interactions
Registro en:
SCHEID, Taína; FAJARDO, Ananyr Porto. Uso de plantas medicinais por idosos adscritos à atenção primária em Porto Alegre/RS e potenciais interações planta-medicamento. Revista Fitos, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 103-117, 2020.
1808-9569
10.32712/2446-4775.2020.801
Autor
Scheid, Taína
Fajardo, Ananyr Porto
Resumen
O objetivo deste estudo foi pesquisar a utilização de plantas medicinais por idosos diabéticos, hipertensos e polimedicados vinculados à Unidade de Saúde Costa e Silva, Porto Alegre/RS e descrever potenciais interações entre as plantas e os medicamentos utilizados, conforme literatura. Vinte e dois idosos foram entrevistados sobre as plantas medicinais utilizadas, forma e frequência de preparo, local de obtenção e conhecimento sobre possíveis efeitos adversos das plantas. Demonstrou-se que além dos medicamentos prescritos estes idosos têm como prática de cuidado o uso de chás medicinais, destacando-se a marcela (Achyrocline satureioides) e a camomila (Matricaria chamomilla). A prática é exercida através de conhecimentos aprendidos nas famílias e predomina a noção de que as plantas medicinais não oferecem riscos à saúde. Contudo, a maioria das espécies mencionadas possui descrição de potenciais interações com medicamentos (ex. gengibre e anticoagulantes) e/ou modificações fisiopatológicas que podem ser prejudiciais no contexto de polimedicação e doenças apresentadas pelos entrevistados (ex. alecrim e indução do metabolismo de fármacos; poejo e risco de hepatotoxicidade). Conclui-se necessária a avaliação e orientação sobre o uso de plantas medicinais pelos serviços de saúde na atenção aos idosos polimedicados, levando em consideração a maior vulnerabilidade desta população aos potenciais riscos aqui descritos. The study aimed to investigate the use of medicinal plants among polimedicated elderly people with diabetes and hypertension from a primary health service in Porto Alegre/RS and conduct literature research on potential herb-drug interactions. Twenty-two elderly were interviewed about medicinal plants, its preparation, frequency of use, place of acquisition, and knowledge about possible side effects. The results showed that, in addition to the prescribed drugs, these elderly people use medicinal herbs as their self-care practice (mainly Marcela, Achyrocline satureioides and chamomile, Matricaria chamomilla). Knowledge about plants is learned in families and the notion that medicinal plants are harmless prevails. However, most of the species mentioned have a description of potential interactions with drugs and/or physiopathological modifications that may be prejudicial in the context of polypharmacy, diabetes, and hypertension presented by the interviewees. For instance, ginger and anticoagulants; rosemary and drug metabolism induction; pennyroyal and hepatotoxicity risk. The results of this study reinforce the need for guidance of polymedicated elderly on the use of medicinal plants by health services, taking into account the greater vulnerability of this population to the potential risks described here.