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Educação e Higiene no Rio de Janeiro oitocentista: o caso do Asilo de Meninos Desvalidos (1875-1894)
Registro en:
BRAGA, D.de A. R. Educação e Higiene no Rio de Janeiro oitocentista: o caso do Asilo de Meninos Desvalidos (1875-1894). In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 27., 2013, Natal. Anais [...]. Natal: Anpuh, 2013.
Autor
Braga, Douglas de Araújo Ramos
Resumen
Ao longo da segunda metade do século XIX, a criança desvalida tornou-se objeto de atenção de diversos saberes, objeto de novas legislações e alvo de instituições criadas especificamente para este público, caso do Asilo de Meninos Desvalidos (1875-1894). Em meio a um projeto civilizacional do Império, no Asilo meninos órfãos ou enviados pelos pais ou responsáveis em estado de pobreza recebiam educação primária e aprendiam ofícios, para que se tornassem cidadãos úteis ao país. Entretanto, a análise das fontes vem demonstrando que os processos de admissão e desligamento dos meninos da instituição envolviam diversos atores, com diferentes interesses, apontando para um papel ativo dos familiares e membros da elite imperial nestes procedimentos, e que podem ter influenciado o projeto do Asilo ao longo de sua existência. Ao mesmo tempo, a historiografia da Educação e da Medicina vem apontando a importância que a criança e a educação adquiriram no discurso dos médicos higienistas ao longo dos oitocentos. Discutindo com uma perspectiva que enfatiza o poder médico e a atuação dos higienistas, novas abordagens vêm demonstrando a complexidade da Medicina no período imperial, e os diversos limites da ação da Higiene na época. Nesse sentido, o presente estudo é um esforço de discutir a dinâmica da instituição, os atores sociais envolvidos, além de analisar se princípios defendidos pelos higienistas estiveram presentes na experiência do Asilo de Meninos Desvalidos. Throughout the second half of the nineteenth century, the destitute child has become the object of attention of diverse knowledge, object target of new legislation and institutions created specifically for this audience, as the Asilo de Meninos Desvalidos (1875-1894). Amid a civilizational project of the Empire, in the Asilo orphans or children sent by their parents or responsible in poverty received primary education and learned crafts, so that they could become useful citizens to the country. However, the analysis of the sources has shown that the processes of admission and resignation of the boys of the institution involved several actors with different interests, pointing to an active role of the family and members of the imperial elite in these procedures, and that may have influenced the institution throughout its existence. Simultaneously, the historiography of Education and Medicine is pointing to the importance that the child and education acquired in the discourse of medical hygienists throughout the nineteenth century. Discussing with a perspective that emphasizes the power and performance of medical hygienists, new approaches have demonstrated the complexity of medicine in the imperial period, and the various limits of the action of Hygiene at the time. In this sense, this study is an effort to discuss the dynamics of the institution, the social actors involved, and consider whether principles advocated by hygienists were present in the experience of the Asilo de Meninos Desvalidos.