Brasil
| Dissertation
Avaliação do perfil fenotípico das células B reguladoras nas diferentes formas clínicas da Doença de Chagas
Evaluation of phenotypic profile of regulatory B cells in different clinical forms of Chagas Disease
Registro en:
FARES, Rafaelle Christine Gomes. Avaliação do perfil fenotípico das células B reguladoras nas diferentes formas clínicas da Doença de Chagas. 2010. 77 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)-Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde, Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)-Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz, Belo Horizonte, 2010.
Autor
Fares, Rafaelle Christine Gomes
Resumen
Vários mecanismos imunorreguladores têm sido propostos na infecção causada pelo protozoário T. cruzi como imunossupressão, apoptose e citocinas reguladoras. Recentemente, foi identificada uma nova subpopulação de células B com caracteríticas reguladoras, capazes de suprimir a progressão e/ou melhorar a recuperação de inflamações mediadas pela imunidade adquirida, principalmente pela produção de IL-10 e TGF-. Apesar de existirem relatos sobre alguns marcadores para Bregs em camundongos, não há uma definição clara de uma combinação específica de marcadores para determinar a população das células B reguladoras humana. Atualmente, ainda não existem relatos sobre o papel ou mesmo a presença de células B reguladoras em pacientes portadores da doença de Chagas. Diante disso, nosso objetivo nesse trabalho foi avaliar o perfil fenotípico das células B reguladoras em indivíduos portadores das formas clínicas indeterminada (IND) ou cardíaca (CARD) da doença de Chagas. Nossos resultados mostraram que pacientes apresentando a forma clínica IND possuem maior percentual de células B CD19+CD21+CD1d+, uma das subpopulação de células B reguladoras descrita em modelo murino, no sangue periférico. Adicionalmente, nossos dados mostraram que os pacientes do grupo IND também possuem maior percentual de células B CD19+CD43-CD1d+, outra subpopulação de células B reguladoras, assim como os pacientes do grupo CARD, após estimulação in vitro com antígenos do T. cruzi. Nossos resultados mostraram ainda que as subpopulações de células B CD19+CD21+ e CD19+CD43- dos pacientes com a forma clínica CARD apresentaram maior expressão intracitoplasmática de IL-10. Por outro lado, a expressão intracitoplasmática de TGF- foi maior nos linfócitos B reguladores dos indivíduos do grupo NI. Além disso, as células B CD19+ dos pacientes portadores da doença de Chagas apresentam maior expressão de marcadores de ativação e de apoptose. De fato, ainda são necessários estudos adicionais para melhor compreender a atividade funcional das células B reguladoras durante a infecção por T cruzi. No entanto, nossos dados reforçam a importância dos mecanismos de imunorregulação no desenvolvimento da doença de Chagas, sugerindo que a resposta imune contra o T. cruzi pode ser regulada por vários mecanismos supressores do hospedeiro e que os mecanismos reguladores desenvolvidos pelos indivíduos portadores das diferentes formas clínicas são distintos.