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Nascer nas prisões: gestar, nascer e cuidar
Registro en:
FIORETTI, Beatriz T. S. et al. Nascer nas prisões: gestar, nascer e cuidar. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 8., 2019, João Pessoa. Anais... João Pessoa: ABRASCO, 2019. 2 p.
978-85-85740-10-8
Autor
Fioretti, Beatriz T. S.
Leal, Maria do Carmo
Sánchez, Alexandra Augusta Margarida Maria Roma
Larouzé, Bernard
Castro, Vilma Diuana de
Simas, Luciana
Ayres, Barbara Vasques da Silva
Pereira, Ana Paula Esteves
Resumen
De março de 2015 a setembro de 2017. Dar voz as gestantes e mulheres com bebês em prisões materno-infantil, trazendo resultados do Inquérito Epidemiológico Nascer nas Prisões da FIOCRUZ. Dar visibilidade quanto a vulnerabilidade, iniquidades e questões de gênero das mulheres presas gestante/com filhos, afim de sensibilizar os profissionais de saúde, do cárcere e a população em geral sobre as questões de saúde materno/infantil e os direitos constituídos por lei, que não são cumpridos. Entrevistas presenciais com mulheres presas (n=35), grávidas, mulheres com filhos (≤ 1 ano) que deram à luz em hospitais públicos algemadas (em alguma fase do trabalho de parto). Relato de experiências: gestação, ISTs, HIV, pré-natal, violência obstétrica, amamentação, separação mãe e bebê; Variáveis: 2 presídios do Brasil, sul e nordeste mulheres de (≤ 18, a 43 anos), etnia (branco, preto, pardo). Entrevistas, com profissionais: de saúde (8), do cárcere (11), do direito (5). Documentário educativo de 23 min. O filme intercala depoimentos das detentas, juízes, profissionais do cárcere com pesquisadores do Inquérito FIOCRUZ. Na pesquisa 90% das mulheres gravidas já foram presas grávidas; 55% tiveram menos consultas de pré-natal recomendados, 36% das mulheres foram algemadas durante o trabalho de parto, a incidência de DST e HIV é sete vezes maior que as mulheres externos ao presídio, quase 70% não havia sido julgada e 80% praticaram crimes sem perigo para a sociedade. O filme evidência que as questões de segurança não deveriam ser mais relevantes que as questões de saúde. A incidência de mulheres e crianças com ISTs é maior, assim como a violência obstétrica e o ambiente prisional não é adequado pra uma o desenvolvimento saudável de criança. Em fevereiro de 2018 o STF deferiu conceder prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, às gestantes e as mães com filhos menores de 12 anos que são presas provisórias, resta-nos saber se a lei será cumprida. O filme é um veículo de sensibilização da população em geral quanto a vulnerabilidade da mulher encarcerada. Recomenda-se que seja amplamente divulgado para reduzir o estigma, a invisibilidade e desmistificar o grau de periculosidade das mulheres gestantes e mães encarceradas. Lançado, em DVD e na internet, pelo selo Vídeo Saúde da FIOCRUZ , com legendas em espanhol, inglês, francês e português e áudio descrição para deficientes visuais.