Article
Baixo peso ao nascer no Brasil de acordo com as informações sobre nascidos vivos do Ministério da Saúde, 2005
Low birth weight in Brazil according to live birth data from the Ministry of Health, 2005
Registro en:
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24(11):2564-2572, nov, 2008
0102-311X
10.1590/S0102-311X2008001100011
Autor
Andrade, Carla Lourenço Tavares de
Szwarcwald, Celia Landmann
Castilho, Euclides Ayres de
Resumen
Embora seja notório que a cobertura do Sistema de
Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) esteja
crescendo e que a qualidade da informação venha
melhorando, desde a sua implantação, sabe-se que a
enumeração de nascidos vivos ainda não é completa
no Brasil. Neste trabalho, objetiva-se analisar as
desigualdades da proporção do baixo peso ao nascer
no Brasil, em 2005, segundo alguns aspectos como o
geográfico, o tamanho da população do município e
a escolaridade da mãe. Analisou-se, igualmente, a influência
da atenção pré-natal. Considerando a totalidade
dos nascidos vivos, evidenciou-se o paradoxo do
baixo peso ao nascer, ou seja, foram encontrados percentuais
mais elevados nas áreas de maior desenvolvimento
sócio-econômico. Os resultados paradoxais
são explicados, principalmente, pela menor sobrevida
e registro inadequado dos prematuros nos municípios
mais pobres. Levando-se em conta os nascidos vivos a
termo de gestação não-múltipla, foram encontradas
desigualdades por grau de escolaridade da mãe. Sugere-
se que o atendimento pré-natal abrangente e com
qualidade poderia ter um impacto maior na redução
dos resultados adversos da gestação, contribuindo para
a diminuição das desigualdades sócio-econômicas
da saúde perinatal no Brasil. Although the Brazilian Information System on
Live Births (SINASC) has expanded its coverage
and improved its data quality since the system
was implemented, the live birth count in Brazil
is still not complete. The current study analyzes
inequalities in low birth weight in Brazil in 2005,
based on geographic factors, municipality of residence,
maternal schooling, and prenatal care.
An analysis of all live births showed a low birth
weight paradox, namely high percentages in areas
with the highest socioeconomic development.
The main explanation for these paradoxical findings
involves shorter neonatal survival and inadequate
recording of premature births in poorer
municipalities. Considering at-term live births
from non-multiple gestations, inequalities were
found in maternal schooling. Comprehensive,
quality prenatal care could have a greater impact
by reducing negative outcomes of gestation
and decreasing the socioeconomic inequalities of
perinatal health in Brazil