Article
Fatores ambientais associados à ocorrência de leishmaniose visceral canina em uma área de recente introdução da doença no Estado do Rio de Janeiro, Brasil
Environmental factors associated with canine visceral leishmaniasis in an area with recent introduction of the disease in the State of Rio de Janeiro, Brazil;
Factores ambientales asociados a la ocurrencia de leishmaniosis visceral canina en un área de reciente introducción de la enfermedad en el estado de Río de Janeiro, Brasil
Registro en:
ABRANTES, Tuanne Rotti et al. Fatores ambientais associados à ocorrência de leishmaniose visceral canina em uma área de recente introdução da doença no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 34, n. 1, p. 1-12, 2018.
0102-311X
10.1590/0102-311X00021117
1678-4464
Autor
Abrantes, Tuanne Rotti
Werneck, Guilherme Loureiro
Almeida, Andréa Sobral de
Figueiredo, Fabiano Borges
Resumen
Foi avaliada a associação entre características ambientais obtidas por sensoriamento
remoto e a prevalência da leishmaniose visceral canina (LVC) no
bairro do Jacaré, área de recente introdução da doença, no Município de Niterói,
Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Trata-se de um estudo seccional para
avaliação da prevalência de LVC, definida por meio da positividade no teste
imunocromatográfico rápido em dupla plataforma (dual path platform –
DPP), confirmada com o ensaio imunoenzimático (EIE). Foram incluídos 97
cães com prevalência de LVC de 21,6%. Houve maior frequência de LVC em
cães com a convivência com outro cão, gambá, mico e ouriço-terrestre, assim
como com a história de remoção de outros cães com LVC do domicílio.
Na análise multivariada, ajustada por sexo e idade do cão, cães residentes
em áreas com maior cobertura de vegetação esparsa apresentaram prevalência
da infecção por Leishmania infantum cinco vezes maior do que aqueles
que residiam em áreas menos vegetadas (OR = 5,72; IC95%: 1,47-22,20). Por
outro lado, áreas mais urbanizadas caracterizadas como comerciais ou residenciais
carentes, identificadas pelo sensoriamento remoto como aquelas com
alta densidade de estruturas cinza, estiveram associadas à menor ocorrência
da LVC (OR = 0,09; IC95%: 0,01-0,92). A maior prevalência de infecção em
cães convivendo com outros animais silvestres e em áreas com maior cobertura
vegetal, associada com menor prevalência em áreas urbanizadas, indica
um padrão rural de transmissão da LVC nessa área. The study assessed the association between environmental
characteristics obtained by remote
sensing and prevalence of canine visceral leishmaniasis
(CVL) in the neighborhood of Jacaré, an
area with recent introduction of the disease in the
municipality (county) of Niterói, Rio de Janeiro
State, Brazil. This was a cross-sectional study to
assess CVL prevalence, defined as a positive result
in the dual path platform (DPP) rapid immunochromatographic
assay, confirmed by immunoenzymatic
assay (IEA). The study included 97 dogs,
with 21.6% CVL prevalence. CVL prevalence was
higher in dogs with contact with another dog,
opossum, marmoset, or hedgehog, as well as history
of culling of other dogs with CVL from the
household. In the multivariate analysis, adjusted
for the dog’s sex and age, dogs in areas with sparse
vegetation showed fivefold higher prevalence of
Leishmania infantum infection compared to
dogs in areas with less vegetation (OR = 5.72;
95%CI: 1.47-22.20). Meanwhile, less urbanized
areas, characterized as commercial or low-income
residential areas, identified by remote sensing as
those with high density of gray structures, were associated
with lower CVL prevalence (OR = 0.09;
95%CI: 0.01-0.92). The higher prevalence of infection
in dogs living alongside wild animals and in
areas with more vegetation and lower prevalence
in more urbanized areas suggest a rural transmission
pattern for CVL in this area. Se evaluó la asociación entre las características
ambientales obtenidas por teledetección y la prevalencia
de la leishmaniosis visceral canina (LVC) en
el barrio de Jacaré, área de reciente introducción
de la enfermedad, en el municipio de Niteroi, Estado
de Río de Janeiro, Brasil. Se trata de un estudio
seccional para la evaluación de la prevalencia
de LVC, definida mediante la positividad en el test
inmunocromatográfico rápido en una plataforma
de doble vía (dual path platform – DPP), confirmada
con un ensayo imunoenzimático (EIE).
Se incluyeron a 97 perros con una prevalencia de
LVC de un 21,6%. Hubo una mayor frecuencia de
LVC en perros que conviven con otros perros, zarigüeyas,
monos y erizos terrestres, así como con el
historial de retirada de otros perros con LVC del
domicilio. En el análisis multivariado, ajustado
por sexo y edad del perro, los perros residentes en
áreas con una mayor cobertura de vegetación muy
dispersa presentaron una prevalencia de infección
por Leishmania infantum cinco veces mayor que
aquellos que residían en áreas con menos vegetación
(OR = 5,72; IC95%: 1,47-22,20). Por otro lado,
las áreas más urbanizadas, caracterizadas como
comerciales o residenciales con pocos recursos,
identificadas mediante teledetección como aquellas
con una alta densidad de estructuras en gris, estuvieron
asociadas a una menor ocurrencia de la
LVC (OR = 0,09; IC95%: 0,01-0,92). La mayor
prevalencia de infección en perros, conviviendo
con otros animales silvestres y en áreas con una
mayor superficie vegetal, se asocia con una menor
prevalencia en áreas urbanizadas, lo que indica
un padrón rural de transmisión de la LVC en
ese área.
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