O presente trabalho intenta estudar e analisar as relações entre representante(s) e representado(s) dentro do Estado, sob uma perspectiva bioética. Neste trabalho serão estudadas as três principais Teorias Contratualistas do Estado, produzidas pelos pensadores Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau e John Locke. Estas teorias apresentam o "Estado de Natureza" onde todos poderiam tudo sem qualquer limite, gerando um ambiente social hostil, instável, inseguro e violento. Era esse o contexto social que antecedeu e motivou o surgimento do Pacto e/ou Contrato Social, celebrado pelo Corpo Político, tendo como resultado o advento do Estado Soberano. Junto com o Estado surgem as relações de representação como uma delegação da função representativa, atribuída pelo(s) representado(s) ao(s) representante(s), a fim de que estes expressem as vontades daqueles perante o Estado. Da mesma forma, em uma sociedade funcional, o papel desempenhado pelo(s) representante(s) do Estado junto a estas sociedades deve coadunar-se com os objetivos definidos no contrato social constituinte do Estado \2013 a promoção do bem-estar coletivo. A não correspondência no exercício destes mandatos aos propósitos, originalmente pactuados, representa um desvio ético, pois implica um conflito de interesses na dinâmica da representação. A persistência no desvio da finalidade da representação desencadeará a corrosão do sistema de representação sócio-político desta sociedade. No entanto, este trabalho optou por analisar uma relação de representação social e política, eticamente bem exercida e por isso bem-sucedida em transformar sua dura realidade. Devido ao êxito, amplamente reconhecido, esse emblemático movimento-processo social e político tornou-se o objeto deste trabalho. Esse extraordinário evento social e político foi: "O Movimento pelo fim do regime do apartheid e a democratização da África do Sul", representado pela liderança e trajetória política de Nelson Rolihlahla Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul. Este trabalho destaca o potencial e a potência da Bioética como "caixa de ferramentas e instrumentos" de análise, de resistência, de ação normalizadora, normatizadora e reguladora, de intervenção, da proteção contra a biopolítica, o biopoder, e por fim, de harmonização da vida (bíos).This study intends to study and to analyze the relations between representative[s] and represented[s] inside of the State, from a Bioethics perspective. In this paper, the top three Contract Theory of State produced by the thinkers Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau and John Locke will be studied. These theories present the "State of Nature" where everyone could do everything without any limit, generating a hostile, unstable, insecure and violent social environment. This was the social context that preceded and motivated the emergence of the Pact and/or Social Contract, celebrated by the Political Body, resulting in the advent of the Sovereign State. Along with the State, representation relations arise as a delegation of the representative function, attributed by the represented(s) to the representative(s), so that the latters can express the formers\2019 wills towards the State. Similarly, in a functioning society, the role played by the representative[s] before these societies must be in line with the objectives set out in the State's constituent Social Contract \2013 the promotion of collective well-being. The non-correspondence in the exercise of these mandates to the originally agreed-upon purposes represents in itself an ethical deviation, as it exposes a conflict of interest in the dynamics of representation. Persistent deviation from the purpose of representation will trigger the corrosion of this society. However, this paper has chosen to analyze one ethically well-exercised relation of social and political representation, and therefore successful in transforming its harsh realitity. Due to the widely recognized success, this emblematic social and political movement-process became the object of this work. This extraordinary social and political event, was: "The Movement to End Apartheid Regimen and to the Democratization of South Africa\201D, represented by the leadership and political trajectory of Nelson Rolihlahla Mandela, South Africa's first black president. This work highlights the potential and the potency of Bioethics as "toolbox and instruments" of analysis, of resistance, of normalize, normative and regulatory action, of intervention, of protection against biopolitics, biopower, and finally, the harmonization of life (bíos).