Dissertation
Estudo de fatores de risco para a infecção por Toxoplasma gondii em primatas não humanos neotropicais Saimiri spp. no ICTB, Fiocruz, RJ, Brasil
Registro en:
OLIVEIRA, Carolina Andrade de. Estudo de fatores de risco para a infecção por Toxoplasma gondii em primatas não humanos neotropicais Saimiri spp. no ICTB, Fiocruz, RJ, Brasil. 2020. 80 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical) - Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2020.
Autor
Oliveira, Carolina Andrade de
Resumen
Antes da década de 1950, a utilização de primatas não humanos (PNH) para pesquisas foi pouco explorada, ganhando força, principalmente após a criação de centros primatológicos. A criação desses centros mostrou-se necessária para o aprimoramento de estudos relacionados ao desenvolvimento de vacinas e compreensão das patogenias de doenças infecciosas, além da conservação, reprodução e manejo dos animais. O macaco-de-cheiro (Saimiri spp.) é um primata neotropical muito utilizado em pesquisas biomédicas, principalmente devido ao seu tamanho, fácil manejo e baixo custo de criação e manutenção. O gênero Saimiri demonstra uma grande suscetibilidade por Toxoplasma gondii e a presença da infecção toxoplásmica dentro de uma colônia é muito preocupante devido a possibilidade de surto. A alta mortalidade que a toxoplasmose causa nesses animais, pode dizimar toda uma população que é utilizada em diversos projetos de pesquisa. Levando em consideração as informações apresentadas, este estudo transversal descritivo teve como objetivo identificar fatores de risco para infecção por T. gondii na colônia de primatas do Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na cidade do Rio de Janeiro/RJ, Brasil, associado a levantamento sorológico para verificar a ocorrência da infecção em Saimiri spp.. Foi utilizado roteiro investigativo e entrevista estruturada aplicada aos funcionários da colônia, para identificar a presença de possíveis fatores de risco associados à infecção. A detecção de anticorpos IgG antiToxoplasma gondii foi realizada por meio da reação de imunofluorescência indireta (RIFI) e pela técnica de aglutinação modificada (MAT) em 125 animais. Apesar da identificação de fatores de risco para a infecção toxoplásmica por dados obtidos por meio do roteiro investigativo, não foi possível correlacionar esses fatores com a soropositividade encontrada. A entrevista estruturada revelou que 57% (4/7) dos trabalhadores da colônia já ouviram falar da toxoplamose e 28% (2/7) conhecem aspectos básicos sobre a doença por meio de formação acadêmica e 29% (2/7) por meio da família. Neste estudo, 61,60% (77/125) das amostras eram de primatas fêmeas e 38,40% (48/125) eram machos. Os animais foram divididos em quatro faixas etárias: 4,80% (6/125) infantis (0 a 18 meses), 11,20% (14/125) juvenis (18 a 36 meses), 15,20% (19/125) subadultos (36 a 48 meses) e 68,80% (86/125) adultos (mais de 48 meses). Foi evidenciada soropositividade em 7,20% dos animais pela RIFI e 12,00% na MAT. Não foi observada diferença estatística significativa na associação entre a positividade sorológica e sexo, faixa etária e espécie, embora, tais variáveis sejam pontos importantes na discussão sobre o manejo para a redução dos fatores de risco e prevenção da toxoplasmose no plantel de primatas estudado. Before the 1950s, the use of non-human primates (PNH) for research was little explored, gaining strength, especially after the establishment of primatological centers. The creation of these centers was necessary for the improvement of studies related to the development of vaccines and understanding of the pathogens of infectious diseases, besides the conservation, reproduction and management of animals. The squirrel monkey (Saimiri spp.) it is a neotropical primate widely used in biomedical research, mainly due to its size, easy handling and low cost of creation and maintenance. The genre Saimiri demonstrate a high susceptibility to Toxoplasma gondii and presence of toxoplasmic infection within a colony is very worrying due to a possibility of outbreak. High mortality that causes toxoplasmosis in animals can affect an entire population that is used in various research projects. Taking into account the available information, this cross-sectional study described the risk factor for T. gondii infection in the primate colony of the Institute of Science and Technology in Biomodels (ICTB) of the Oswaldo Cruz Foundation (Fiocruz) in Rio de Janeiro / RJ, Brazil, associated with a serological survey to verify the occurrence of infection in Saimiri spp.. An investigative test and a structured interview with colony employees were used to identify the presence of possible risk factors associated with the infection. The detection of anti-Toxoplasma gondii IgG antibodies was performed by indirect immunofluorescence reaction (IFAT) and modified agglutination technique (MAT) in 125 animals. Although of the identification of risk factors for toxoplasmic infection by data obtained through the investigative script, it was not possible to correlate these factors with the seropositivity found.The structured interview revealed that 57% (4/7) of colony workers have heard of toxoplasmosis and 28% (2/7) know basic aspects of the disease through academic training and 29% (2/7) through of the family. In this study, 61.60% (77/125) of the species were female primates and 38.40% (48/125) were male. The animals were divided into four age groups: 4.80% (6/125) children (0 to 18 months), 11.20% (14/125) juveniles (18 to 36 months), 15.20% (19 / 125) sub-adults (36 to 48 months) and 68.80% (86/125) adults (over 48 months). Seropositivity was evidenced in 7.20% of animals by RIFI and 12.00% in MAT. No statistically significant difference was observed in the association between serological positivity and gender, age range and species, however, such variables is important in the discussion of the reduction of risk factors and the prevention of toxoplasmosis in the planting of primates studied.