Article
As novas tecnologias da informação e o consumismo em saúde
New information technologies and health consumerism
Registro en:
SILVA, Paulo Roberto Vasconcellos; et al. As novas tecnologias da informação e o consumismo em saúde. Cad. Saúde Pública, v.26, n.8, p.1473-1482, ago, 2010.
0102-311X
1678-4464
Autor
Silva, Paulo Roberto Vasconcellos
Castiel, Luis David
Bagrichevsky, Marcos
Griep, Rosane Harter
Resumen
Uma ampliação dos conceitos de consumo tem se deslocado
na direção de processos sociais até agora não
contemplados por categorias tradicionais. A presente
revisão analisa a aplicação dos conceitos clássicos sobre
consumismo às práticas recentemente identificadas no
campo da saúde, como o fenômeno da cibercondria. O
desafio teórico se refere à dificuldade de extrapolação
das perspectivas econômicas do consumismo às questões
do auto-cuidado no contexto das tecnologias de
informação e comunicação (TICs). Procura-se compreender
o fenômeno da mercadorização do cuidar-de-si
sob o imperativo da auto-responsabilização em saúde.
São identificadas e descritas as novas identidades consumidoras
em vista das inauditas questões acerca dos
aprimoramentos técnicos a modificar a natureza do auto-
cuidado. Conclui-se que a saúde é consumida como
vitalidade decomposta em artefatos de comercializar no
contexto de uma nova bioeconomia – não mais ligada
à idéia de emulação e posse, e sim a novas formas de
perceber-se e cuidar-se perante múltiplos riscos e novas
definições do que é ser humano. Concepts related to consumption have shifted
to include social processes not previously covered
by traditional categories. The current review
analyzes the application of classical concepts of
consumerism to practices recently identified in
the health field, like the phenomenon of cyberchondria.
The theoretical challenge relates to the
difficulty in extrapolating from the economic perspectives
of consumerism to self-care issues in the
context of information and communication technologies
(ICTs). Drawing on recent anthropological
categories, the study seeks to understand the
phenomenon of self-care commodification under
the imperative of self-accountability for health.
New consumer identities are described in light
of the unprecedented issues concerning technical
improvements currently altering the nature of
self-care. The study concludes that health is consumed
as vitality, broken down into commercial
artifacts in the context of a new bioeconomy – no
longer linked to the idea of emulation and possession,
but to forms of self-perception and self-care
in the face of multiple risks and new definitions of
the human being.