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A epistemologia narrativa e o exercício clínico do diagnóstico
The narrative epistemology and the clinical diagnosis practice
Registro en:
CARDOSO, Maria Helena Cabral de Almeida; CAMARGO JÚNIOR, Kenneth Rochel de; LLERENA JÚNIOR, Juan Clinton. A epistemologia narrativa e o exercício clínico do diagnóstico. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 7, n. 3, p. 555-569, 2002.
1413-8123
10.1590/S1413-81232002000300013
Autor
Cardoso, Maria Helena Cabral de Almeida
Camargo Júnior, Kenneth Rochel de
Llerena Junior, Juan Clinton
Resumen
Este trabalho objetiva contribuir para a discussão acerca das características narrativas do discurso clínico. Para tanto parte de
uma revisão bibliográfica e da análise semiótica de prontuários do Centro de Genética Médica José Carlos Cabral de Almeida, do Departamento de Genética, do Instituto Fernandes Figueira, unidade materno-infantil da Fundação Oswaldo Cruz. Todos os prontuários utilizados são referentes a portadores da síndrome de Down atendidos no Ambulatório Especializado de Síndrome de Down da referida unidade. O artigo aborda: a questão da possível oposição entre narrativa e ciência; a apresentação dos principais autores e de seus trabalhos que versam sobre narrativa e conhecimento médico; a exemplificação da epistemologia narrativa embutida no discurso médico, via a apresentação de um prontuário, assim como de um heredograma. A conclusão enfatiza a importância da narrativa para o processo de diagnose e tratamento, assim como a construção de um enredo por parte do médico onde se fazem presentes complexas interações biológicas, culturais e sociais. This study aims to discuss the narrative epistemology contained in the medical practice. It was based upon a bibliographic review and a semiotic analysis of medical charts belonging to The Medical Genetic Center José
Carlos Cabral de Almeida/Genetic Department/Fernandes Figueira Institute, a maternal-infant care unity of The Oswaldo Cruz Foundation. All the analysed charts referred to children diagnosed with Down syndrome
that are being or were attended in the Down’s Syndrome Outpatient of the above cited unity. The article appraises: the question concerning the possible opposition between narrative and science; a review of multiple authors and their works about narrative and medical knowledge; the narrative epistemology contained in the clinical discourse, using as example of such assumption one chart and one pedigree. The conclusion highlights how narrative is important to the process of diagnosis and treatment, and affirms the construction of a plot, by the physician, where biological, social and cultural interactions make themselves present.