Transmitidas por diferentes espécies de Flebótomos, as Leishmanioses apresentam uma grande variedade de manifestações clínicas. Tem sido demonstrada, a possibilidade de imunização contra a infecção por Leishmania utilizando-se a saliva do vetor Flebotomíneo Lutzomyia Longipalpis. O principal vetor da Leishmania Braziliensis é o Flebótomo Lutzomyia Intermedia. O objetivo deste estudo foi avaliar se a imunização de hamsters com a saliva de L. Longipalpis confere proteção contra a infecção por L. Braziliensis na presença da saliva de L. Intermedia. Hamsters machos forma imunizados com o Sonicado de Glândula Salivar (SGS) por três vezes com intervalo de quinze dias. O desafio foi feito na orelha contra-lateral quinze dias após a última imunização 105(com dez elevado à quinta potência) formas promastigotas de L. Braziliensis na presença do SGS de L. Intermedia. O desenvolvimento da lesão foi acompanhado semanalmente e 3,5 e oito semanas, após o desafio, as orelhas e lifondos drenantes foram retirados para a avaliação da carga parasitária, bem como da produção de citocinas durante a infecção. Quarenta e oito horas após o desafio com SGS, observa-se um infiltrado inflamatório composto predominantemente de células mononucleares nas orelhas dos animais imunizados. Estes animais apresentam redução significativa na carga parasitária dos lifondos drenantes, bem como das orelhas desafiadas. Além disso, produzem significativamente mais anticorpos anti-saliva quando comparados aos não-imunizados e menos anticorpos anti-Leishmania. Os possíveis mecanismos envolvidos nesta proteção são os níveis reduzidos da expressão de IL-10 e TGF- ao longo da infecção. Estes resultados sugerem que a imunização com o SGS de L. Longipalpis confere proteção contra a infecção por L. Braziliensis de modo inespecífico à presença da saliva no momento do desafio. Dessa forma, a possibilidade de vacinação contra diferentes espécies de Leishmania, utilizando proteínas salivares de uma espécie de vetor.CNPq.Transmitted by different species of sand flies, leishmaniasis presents a large spectrum of clinical manifestations. It has been shown the possibility of immunizing against Leishmania infection using Lutzomyia longipalpis saliva. Lulzomyia iniermedia is the main vector of Leishniania hraziliensis. We investigated here whether the immunization of hamsters with L. longipalpis saliva confers protection against L. braziliensis infection in the presence of L. intermedia saliva. Old male hamsters were immunized with L. longipalpis Salivary Gland Sonicate (SGS) three times, at flfteen-day intervals. Fifteen days after last immunization, the animals were challenged on the lateral car with 105 L. braziliensis promastigotes plus SGS from L. intermedia. Lesion development was measured weekly and 3, 5 and 8 weeks, after challenge, ears and draining lymph nodes were obtained to evaluate parasite load as well as cytokines produced during the infection. Forty-eight hours after challenge with SGS, we observed an inflammatory inflltrate predominantly composed of mononuclear cells in the ears of immunized hamsters. These animals showed also significantly lower numlier of parasites in the ear and in the draining lymph nodes. They also produced significantly more antibodies against saliva when compared with non-immunized hamsters and less antiliodies anti- Leishniania. The possible mechanism under this response is the reduced levels of IL-10 and TGF- during the infection. These results suggest that the immunization with SGS from L. longipalpis confers protection against L. braziliensis infection in an independent way of the presence of saliva in the challenge. Also, the possibility to vaccinate against different species of Leishmania using salivary proteins from only one sand fly species.