Thesis
Parem as máquinas! A gente não quer só comida: análise da alimentação como pauta jornalística
Parem as máquinas! A gente não quer só comida : análise da alimentação como pauta jornalística
Registro en:
OLIVEIRA-COSTA, Mariella Silva de. Parem as máquinas! A gente não quer só comida: análise da alimentação como pauta jornalística. 2017. 250 f. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva)-Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2017.
Autor
Oliveira-Costa, Mariella Silva de
Resumen
Uma das fontes de informação sobre a saúde para o público em geral está na imprensa,
que pode contribuir para a promoção da saúde e melhoria da qualidade de
vida das pessoas. Porém, diversos estudos mostram que o jornalismo sobre temas
de saúde nem sempre o faz. A alimentação saudável é um dos temas da promoção
da saúde que afeta diretamente as condições de vida de qualquer pessoa. Esta
pesquisa qualiquantitativa analisa a alimentação como pauta jornalística, descrevendo
o conteúdo de jornais impressos, um nacional e outro regional, e as percepções
dos produtores das notícias deste último. Os resultados estão descritos em artigos
científicos que utilizaram metodologias distintas, mas complementares, como a análise
de representações sociais, análise de conteúdo e discurso nos textos e discurso
do sujeito coletivo. Seja no impresso nacional como no regional, observou-se que
as vozes predominantes dos textos, quando identificadas, vem do universo especializado,
científico, com pouco espaço para falas da população. Nos conteúdos do impresso
nacional, quando se fala em saúde da mulher, houve predomínio do discurso
relacionado ao risco à saúde e sua relação com a prática alimentar, nutricional ou de
suplementação, como também à gravidez e/ou ao tipo de parto; a saúde como mercadoria
associada a produtos ou procedimentos, como dietas, suplementos alimentares,
medicamentos e cirurgia bariátrica, sem espaço para a promoção da saúde e
alimentação saudável. Já no jornal regional, a editoria de saúde analisada enfoca
não só os efeitos de alimentos específicos, (seja para prevenção de doenças, no
corpo e metabolismo) mas também em recomendações descritas no Guia Alimentar
da População Brasileira, priorizando informações sobre alimentos in natura, em detrimento
dos ultraprocessados. Há pouco espaço destinado a aspectos de comensalidade,
e as jornalistas consideram que fazem um jornalismo de serviço que possibilita
a promoção da saúde. A análise aponta considerações sobre os limites e possibilidades
de um jornalismo que promova a saúde e a necessidade de monitoramento
constante da mídia, pois ela constrói sentidos sobre a alimentação. Ressalta-se a
importância de se utilizar dados que se complementem e considerem não só o conteúdo
dos textos jornalísticos, mas também o processo de produção jornalística. Estágio de pesquisa no Canadá financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal One of the information sources about health to the public in general is the press, which
can contribute to health promotion and improvement of people's quality of life.
However, several studies show that the journalism about health themes does not
always do it. Healthy alimentation is one of the topics of health promotion that directly
affects the life condition of any person. This quali-quantitative research analyzes alimentation
as a journalistic agenda, describing the content of newspapers, one national
and the other regional, and the news producers' point of view from the regional
one. The results are described in scientific articles that used different, but complementary,
methodologies as the analysis of social representation, content and discourse
in the texts analysis and discourse of the collective subject. Either on the national
or on the regional newspaper, it is possible to observe the texts' predominant
voices, when identified; it comes from a specialized, scientific universe, with little
space for population voices. In the national newspaper content, when it comes to
women's health, there was predominance of speech on the health risk and its relation
with nutritional or supplementary practice, as well as the pregnancy and/or type of
labor; the health as a merchandise associated with products or procedures, such as
diets, food supplements, medications and bariatric surgery, with no space to the health
promotion and healthy alimentation. On the contrary, in the regional newspaper,
the health editorial analyzed focused not only on the specific food effects, (whether
for disease prevention, in the body and metabolism) but also in recommendations
described in the Dietary Guidelines for the Brazilian population, prioritizing information
about in natura food, instead of ultra-processed ones. There is little space for
commensality aspects and the journalists consider that they are producing a service
journalism that makes the health promotion possible. The analysis points considerations
about the limits and possibilities of a journalism that promotes health and the
need for constant media monitoring, because it builds meanings about alimentation,
and it stresses the importance of using data that complement each other and consider
not only the content of journalistic texts but also the process of journalistic production. Una de las fuentes de información sobre la salud para el público en general es la
prensa. Ella puede contribuir a la promoción de la salud y mejorar la calidad de vida
de las personas. Sin embargo, estudios científicos ya han presentado que el periodismo
en temas de salud no siempre lo hace. La alimentación saludable es una de
las temáticas de la promoción de la salud que afecta directamente a las condiciones
de vida. Esta investigación cualitativa-cuantitativa examina la alimentación en la
agenda periodística, describe el contenido de un periódico nacional y otro regional, y
las percepciones de los productores de las noticias regionales. Los resultados se
describen en los artículos científicos que utilizan metodologías diferentes, pero complementarios,
como el análisis de las representaciones sociales, análisis de contenido
y de discurso en los textos y discurso del sujeto colectivo. Se observó que las voces
predominantes de los textos eran de la gente especializada del universo científico,
con poco espacio para la población. En el contenido impreso nacional cuando se
trata de la salud de la mujer, se habla predominantemente sobre el riesgo para la salud
y su relación con los hábitos de alimentación, la nutrición o la suplementación,
así como el embarazo; la salud es presentada como una mercancía asociada a los
productos o procedimientos, tales como dietas, suplementos dietéticos, medicamentos
y cirugías, sin espacio para la promoción de la salud y la alimentación saludable.
En el periódico regional, los textos sobre la salud analizados se centran en los efectos
de determinados alimentos (ya sea para la prevención de enfermedades, el
cuerpo y el metabolismo), sino también en las recomendaciones descritas en la Guía
Alimentario de la Población Brasileña, dando prioridad a la información sobre los
alimentos frescos, en lugar de los ultraprocessados. Los periodistas consideran hacer
un periodismo de servicio que permite a la promoción de la salud. El análisis señala
consideraciones sobre los límites y posibilidades de periodismo que promueve
la salud y la necesidad de un seguimiento constante de los medios de comunicación,
porque construye sentidos sobre la alimentación, y de utilizar los datos que consideran
no sólo el contenido de textos periodísticos sino también el proceso de producción
periodística.