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Dos gabinetes de ginecologia às campanhas de rastreamento: a trajetória do controle do câncer de colo do útero no Brasil
Registro en:
TEIXEIRA, L. A. da S. Dos gabinetes de ginecologia às campanhas de rastreamento: a trajetória do controle do câncer de colo do útero no Brasil. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 27., 2013, Natal. Anais [...]. Natal: Anpuh, 2013.
Autor
Teixeira, Luiz Antonio da Silva
Resumen
Esta comunicação tem por objetivo discutir as ações para o controle do câncer de colo do útero no Brasil, analisando o desenvolvimento dos conhecimentos e práticas médicas sobre a doença e sua consolidação como políticas de saúde. No século XX. Entre as décadas de 1940 e 1950, os ginecologistas brasileiros desenvolveram um modelo original de prevenção ao Câncer de colo que tinha por base a utilização em larga escala da observação visual do colo do útero com a utilização de um aparelho óptico chamado colposcópio. Somente entre os anos 1970 e 1980, a ampliação da influência norte-americana na ginecologia brasileira, as prescrições das agências de saúde internacionais – como a OPAS e a OMS – e as transformações no sistema de saúde brasileiro, possibilitaram que o teste papanicolaou, que já vinha sendo usado em grande parte dos países ocidentais como exame padrão para o rastreio da doença, passasse a ser hegemônico também no país. O processo de reforma sanitária, ocorrido a partir do final dos anos 1980 possibilitou o desenvolvimento de uma política nacional de controle da doença no país na última década do século XX. No entanto, o câncer de colo ainda é um grande problema de saúde pública, atingindo altos índices em algumas regiões. As trajetórias das práticas científicas, dos padrões de organização médica e das políticas de saúde ajudam a explicar esse processo. This communication aims to discuss actions to control cervical cancer in Brazil, analyzing the development of medical knowledge and practices on the disease and its consolidation as health policies. In the 20th century. Between the 1940s and 1950s, Brazilian gynecologists developed an original model of cervical cancer prevention that was based on the large-scale use of visual observation of the cervix using an optical device called a colposcope. Only between the 1970s and 1980s, the expansion of North American influence on Brazilian gynecology, the prescriptions of international health agencies - such as PAHO and WHO - and the transformations in the Brazilian health system, made it possible for the pap smear test, which had already been used in most western countries as a standard test for screening for the disease, it also became hegemonic in the country. The health reform process, which took place in the late 1980s, enabled the development of a national policy to control the disease in the country in the last decade of the 20th century. However, cervical cancer is still a major public health problem, reaching high rates in some regions. The trajectories of scientific practices, patterns of medical organization and health policies help to explain this process.