Dissertation
Avaliação da assistência pré-natal e os desfechos materno e neonatal de adolescentes que pariram numa unidade de referência no Recife-PE
Evaluation of prenatal care and the maternal and neonatal outcomes of adolescents who gave birth at a reference unit in Recife-PE, 2018
Registro en:
SILVA, Michelle Ingrid Cavalcante. Avaliação da assistência pré-natal e os desfechos materno e neonatal de adolescentes que pariram numa unidade de referência no RecifePE, 2018. 81f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, 2018.
Autor
Silva, Michelle Ingrid Cavalcante da
Resumen
Introdução: Os riscos da gestação na adolescência aumentam quando associados à baixa
adesão e adequação da assistência pré-natal, que acabam refletindo no aumento da
morbimortalidade materna e fetal. Avaliar a assistência pré-natal dispensada as gestantes nos
serviços de saúde, requer uma análise não apenas do número de consultas, mas de todo o
contexto que envolve esta assistência no ciclo gravídico puerperal para proporcionar uma
gestação e um nascimento saudável. Objetivo: Avaliar a assistência pré-natal dispensada às
gestantes adolescentes na rede SUS da Região Metropolitana do Recife que pariram numa
unidade de referência em Pernambuco. Metodologia: Foi realizado um estudo avaliativo,
quantitativo, de corte transversal. O estudo foi desenvolvido no Instituto de Medicina Integral
Profº Fernando Figueira, a partir da ausculta de uma amostra de 210 puérperas adolescentes.
A pesquisa foi realizada em três etapas: (I) avaliação normativa da adequação da assistência
pré-natal, a comparação entre as ações desenvolvidas durante o pré-natal com os critérios
estabelecidos nas normas, foi empregado um instrumento elaborado para fins dessa pesquisa,
e para o julgamento da adequação da atenção foram estabelecidas pontuação entre 0 e 2
pontos para cada aspecto avaliado, sendo atribuído: 2 pontos quando os procedimentos foram
realizados de maneira ideal; 1 ponto para os procedimentos realizados de modo regular e 0
para os procedimentos realizados de maneira inadequada; (II) Descrição dos desfechos
maternos e neonatais não desejáveis, a partir da análise dos dados contidos no prontuário da
puérpera; e (III) análise da relação entre a adequação do pré-natal e os desfechos maternos e
neonatais, utilizando-se o Teste Qui-quadrado de Pearson. Resultados: A média de idade das
participantes foi de 17 anos, sendo a maioria na faixa etária entre 15-19 anos, com renda
familiar de até um salário mínimo (82,4%) e com o ensino médio incompleto (42,4%). A
maioria foi assistida de modo adequado nos seguintes procedimentos: não ter dificuldades
para marcar a primeira consulta (73,3%); ter realizado consultas intercaladas com o médico
(63,3%); uso do ácido fólico (69,0%) e sulfato ferroso (68,6%); e classificação do risco
gestacional (63,3%). Em contra partida, grande parte dos procedimentos foram realizados de
maneira inadequada, tais como: início tardio do pré-natal (68,1%); realização de menos de 7
consultas (58,1%); esquema vacinal incompleto em (64,8%); ausência de atividades
educativas (90,5%) (n=190); não ter exames laboratoriais no 1º e 3º trimestre de gestação
(80,9%). Os principais desfechos maternos foram: cesarianas 34,3%, partos pré-termos
27,1%, Pré-eclâmpsia (21,4%), hipertensão gestacional (5,7%). Os desfechos maternos
estiveram associados à adequação da assistência pré-natal, com um risco 43% naquelas que
tiveram o pré-natal inadequado. Os desfechos neonatais não desejáveis mais prevalentes
foram: baixo peso ao nascer (21,9%), internamentos (21,4%). Não encontrou-se associação
significativa com a adequação do pré-natal. Conclusão: Conclui-se que o pré-natal realizado
na cidade do Recife e Região Metropolitana apresentou reduzido percentual de adequação.
Uma das principais discussões referentes aos prejuízos advindos de um pré-natal inadequado
foi sua associação com os desfechos maternos e neonatais não desejáveis, mostrando que a
gravidez na adolescência associado ao acompanhamento gestacional ineficaz, traduz no
aumento principalmente de partos prematuros, internamentos neonatais e óbitos fetais. Introduction: The risks of gestation in adolescence increase when associated with low
adherence and adequacy of prenatal care, which end up reflecting the increase in maternal and
fetal morbidity and mortality. Evaluating the prenatal care provided to pregnant women in
health services requires an analysis not only of the number of consultations but of the whole
context that involves this assistance in the puerperal pregnancy cycle to provide a healthy
gestation and birth. Objective: To evaluate prenatal care given to adolescent pregnant women
in the SUS network of the Metropolitan Region of Recife, who gave birth at a reference unit
in Pernambuco. Methodology: An evaluative, quantitative cross-sectional study was carried
out. The study was developed at the Instituto de Medicina Integral Profº Fernando Figueira,
from the auscultation of a sample of 210 adolescent postpartum women. The research was
carried out in three stages: (I) a normative evaluation of the adequacy of the prenatal care, the
comparison between the actions developed during prenatal care and the criteria established in
the norms, an instrument was developed for the purposes of this research, and for the
judgment of the appropriateness of the attention were established score between 0 and 2
points for each aspect evaluated, being assigned: 2 points when the procedures were
performed ideally; 1 point for procedures performed on a regular basis and 0 for procedures
performed in an inappropriate manner; (II) Description of undesirable maternal and neonatal
outcomes, based on the analysis of the data contained in the woman's medical records; and
(III) analysis of the relationship between prenatal adequacy and maternal and neonatal
outcomes, using the Pearson Chi-square test. Results: The average age of the participants was
17 years, the majority in the age group between 15-19 years old, with a family income of up
to a minimum wage (82.4%) and incomplete secondary education (42.4%). Most were
adequately assisted in the following procedures: not having difficulty marking the first
consultation (73.3%); having consulted with the doctor (63.3%); folic acid use (69.0%) and
ferrous sulfate (68.6%); and gestational risk classification (63.3%). In contrast, most of the
procedures were performed inadequately, such as: late prenatal initiation (68.1%); less than 7
consultations (58.1%); incomplete vaccination scheme in (64.8%); absence of educational
activities (90.5%) (n = 190); did not have laboratory tests in the first and third trimester of
gestation (80.9%). The main maternal outcomes were: cesareans 34.3%, preterm births
27.1%, preeclampsia (21.4%), gestational hypertension (5.7%). Maternal outcomes were
associated with adequacy of prenatal care, with a 43% risk in those who had inadequate
prenatal care. The most prevalent undesirable neonatal outcomes were: low birth weight
(21.9%), hospitalizations (21.4%). There was no significant association with prenatal
adequacy. Conclusion: It is concluded that the prenatal care performed in the city of Recife
and Metropolitan Region presented a low percentage of adequacy. One of the main
discussions regarding the damages caused by inadequate prenatal care was its association with
undesirable maternal and neonatal outcomes, showing that adolescent pregnancy associated
with ineffective gestational follow-up results in the increase mainly in preterm deliveries,
neonatal hospitalizations and deaths fetal diseases.
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