Article
O saber nos labirintos do poder: a Europa e a (inter)nacionalização da ciência na primeira metade do século XX
Registro en:
CLARA, Fernando. O saber nos labirintos do poder: a Europa e a (inter)nacionalização da ciência na primeira metade do século XX. História, Ciências, Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 29, n. 2, p. 441-460, abr./jun. 2022.
10.1590/S0104-59702022000200008
Autor
Clara, Fernando
Resumen
A revista História, Ciências, Saúde - Manguinhos é uma publicação da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). Lançada em julho de 1994, a revista publica artigos e notas de pesquisa inéditos, documentos e imagens de valor histórico, debates, entrevistas e resenhas de livros e produções digitais relevantes para a história das ciências e da saúde, aprovados por integrantes do conselho editorial ou pareceristas ad hoc. Desde 2023, adota a publicação contínua com um volume anual, sem fascículos, mas com eventuais dossiês temáticos. O autor deste artigo não possui vínculo com a Fiocruz. A primeira metade do século XX foi globalmente marcada por uma vaga nacionalista que não deixou a ciência incólume. As iniciativas de bloqueio de algumas “ciências nacionais” (em particular a ciência oriunda da Alemanha) e as ruidosas discussões que então inundaram o espaço público ocidental constituem marcas ineludíveis das transformações radicais que o saber, o poder e a relação entre ambos então conheceram. O artigo explora, com base na literatura histórica da época, a crescente politização do discurso científico na primeira metade do século XX. É dada especial atenção ao período entreguerras, à (re)fundação, após 1918, dos organismos científicos internacionais sediados na Europa (como o International Research Council), e à proibição, em 1937, da revista Nature na Alemanha nazista. The first half of the twentieth century was marked globally by a nationalist shift, which also affected science. The initiatives to block some “national science” (especially from Germany) and the discussions that flooded Western public space are hallmarks of the radical transformations that knowledge and power underwent at the time. Based on historical literature from the time, the article explores the growing polarization of scientific discourse in the first half of the twentieth century. Special attention is given to the interwar period, the (re)founding (after 1918) of international scientific organisms based in Europe (like the International Research Council), and the prohibition of the journal Nature in Nazi Germany in 1937.