Dissertation
Cumé que a gente fica?: um olhar intersecional sobre saúde da mulher negra
Where do we stay?: an intersectional look at the health of black women
Registro en:
CORRÊA, Roseane Maria. Cumé que a gente fica?: um olhar intersecional sobre saúde da mulher negra. 2022. 118 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2022.
Autor
Corrêa, Roseane Maria
Resumen
A colonização é produtora de desigualdades raciais e matriz da vulnerabilidade da saúde da mulher negra em um país que ainda sustenta o Mito da democracia racial para não tratar operacionalmente as relações étnicos raciais. As desvantagens históricas e a universalização da mulher silenciam opressões vividas por mulheres negras. Essa dissertação discute sobre a presença/ausência de ações voltadas para a saúde da mulher negra a partir de dados desagregados por cor e raça/etnia no plano plurianual (PPA) do Município do Rio de Janeiro no período de 2010 a 2020, tendo em vista que este documento estabelece os projetos e os programas de longa duração do governo, definindo objetivos e metas da ação pública para um período de quatro anos. Utilizando o conceito de interseccionalidade enquanto sensibilidade analítica para a busca de ações da gestão municipal em alinhamento com as diretrizes da Política Nacional da Saúde da População Negra busca-se saber como o racismo se expressa no planejamento de gestão. Foi realizado uma análise documental dos compromissos de governo pois essa busca as prioridades de saúde a partir dos problemas informados a partir de indicadores de saúde. Dados desagregados por raça cor demostram a desigualdade entre mulheres negras e mulheres brancas no sistema de saúde. Esse estudo revelou a melhoria da qualidade do serviço entra como meta em todas as gestões analisadas contudo ações antirracistas no sistema de saúde municipal não entram de forma explicita como objetivo de governo. Os indicadores, que auxiliam avaliar o nível de desempenho a ser alcançado e se o grau de sucesso alcançado foi satisfatório, não estão dispostos nos Plano Plurianual (PPA) e relatórios anuais desagregados por raça/cor dificultando a análise dos resultados em relação as iniquidades raciais. A eficiência e efetividade de ações antirracistas não estavam traduzidas operacionalmente nos serviços de saúde. Colonization is a producer of racial inequalities and a matrix for the vulnerability of black women's health in a country that still maintains the Myth of racial democracy in order not to operationally address racial ethnic relations. Historical disadvantages and the universalization of women silence oppressions experienced by black women. This dissertation discusses the presence/absence of actions aimed at the health of black women based on data disaggregated by color and race/ethnicity in the pluriannual plan (PPA) of the Municipality of Rio de Janeiro in the period from 2010 to 2020, in view of that this document sets out the government's long-term projects and programs, defining objectives and targets for public action for a period of four years. Using the concept of intersectionality as an analytical sensitivity for the search for municipal management actions in line with the guidelines of the National Health Policy for the Black Population, we seek to know how racism is expressed in management planning. A documental analysis of government commitments was carried out as it seeks health priorities from the problems reported from health indicators. Data disaggregated by race and color demonstrate the inequality between black and white women in the health system. This study revealed the improvement of the quality of the service enters as a goal in all the analyzed administrations, however anti-racist actions in the municipal health system do not enter explicitly as a government objective. The indicators, which help to assess the level of performance to be achieved and whether the degree of success achieved was satisfactory, are not available in the Pluriannual Plan (PPA) and annual reports disaggregated by race/color, making it difficult to analyze the results in relation to racial inequities . The efficiency and effectiveness of anti-racist actions were not operationally translated into health services.