Da criação da rede municipal de atenção à violência sexual infantil (rede) em 2015 a 2017. A definição de ações e estruturação de um fluxograma da rede composta por instituições da área da saúde, assistência social, educação e judiciário. Descrever criticamente a experiência da rede na definição e organização das ações intersetoriais, apontando conquistas e desafios. Utilizou-se da “sistematização da experiência” como método de construção deste relato por entendê-la como um “processo permanente de reflexão e acumulativa produção de conhecimento a partir de experiências de intervenção em uma realidade social”. Os sujeitos participantes foram os profissionais das oito instituições de maior representatividade que integram a rede. Numa primeira etapa a rede definiu conceitos e classificações de violência sexual infantil a partir da literatura científica e da reflexão de seus participantes. A definição das portas de entrada, dos profissionais e serviços de referência para atendimento inicial e seguimento na atenção básica demandou diálogos constantes e pactuações em torno do trabalho intersetorial, da ação do conselho tutelar e de um repensar de estratégias para vencer os entraves. Os encaminhamentos aos serviços de referência deram maior segurança na condução dos casos e com o acionamento imediato do conselho tutelar tem se buscado garantir as medidas protetivas. Oportunizou-se ainda espaço para discussão de casos, ampliando as intervenções dentro da rede. São ainda desafios a frágil integração com o judiciário e a segurança pública e outras secretarias municipais. A rede representou uma conquista para profissionais de unidades básicas de saúde, centros de referência em assistência social, creches e escolas ao nortear o processo de trabalho intersetorial e garantir acesso a atendimento especializado dentro do município a partir do fluxograma. Deve-se pensar na avaliação da eficácia deste fluxo de atendimento através, por exemplo, da análise das notificações.