Dissertation
Fatores associados ao comprometimento mucoso na leishmaniose tegumentar: um estudo de base nacional com dados da vigilância de 2007 a 2017 no Brasil
Registro en:
MONACHESI, Clarisse Fonseca. Fatores associados ao comprometimento mucoso na leishmaniose tegumentar: um estudo de base nacional com dados da vigilância de 2007 a 2017 no Brasil. 2020. 73 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical) - Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2020.
Autor
Monachesi, Clarisse Fonseca
Resumen
Introdução. Leishmanioses cutânea e mucosa (LC/LM) são endêmicas no Brasil. Avaliamos os fatores associados ao comprometimento mucoso na leishmaniose tegumentar no período de 2007 a 2017. Métodos. Foram realizadas comparações entre LC (n= 218.773) e LM (n= 13.911), descrição da distribuição espaço-temporal das formas e análises ecológicas. Resultados. A LM foi associada à idade avançada, sexo masculino, áreas urbanas, coinfecção pelo HIV e casos importados. No exame parasitológico direto, uma proporção maior de resultados positivos foi observada nos pacientes com LC quando comparados aos casos de LM; na intradermorreação de Montenegro o resultado positivo foi mais frequente na LM. Uma proporção maior de casos de LM foi tratada com anfotericina B. A taxa de letalidade foi maior na LM. A região Norte apresentou o maior número absoluto e taxas de incidência de LC e LM; nas regiões Sudeste e Sul, a proporção de LM foi maior. A taxa de incidência de LM apresentou correlação negativa com o índice de desenvolvimento humano municipal, renda per capita e expectativa de vida ao nascer e, correlação positiva com proporção de pobres, proporção de extremamente pobres, proporção de crianças pobres, proporção de crianças extremamente pobres e mortalidade infantil. Conclusão. O controle da leishmaniose deve incluir intervenções para reduzir a proporção de casos de LM, sendo o conhecimento de seus determinantes um ponto de partida. Background. Cutaneous and mucosal leishmaniases (CL/ML) are endemic in Brazil. We assessed factors associated with mucosal involvement in leishmaniasis from 2007-2017. Methods. Comparison of CL (n=218,773) and ML (n=13,911), description of spatiotemporal distribution of the forms and ecological analyses were performed. Results. ML was associated with advanced age, male gender, urban areas, HIV co-infection, and imported cases. A greater proportion of positive results in direct parasitological examinations was observed in patients with CL when compared to ML cases; the leishmanin skin test was more often positive in ML. A higher proportion of cases of ML were treated with amphotericin B. The case-fatality rate was higher in ML. The North region presents the higher absolute number and incidence rates of CL and ML; in the Southeast and South regions the proportion of ML was higher. ML incidence rates presented a negative correlation with human development index, per capita income and live expectancy at birth and positive correlation with proportion of poor, proportion of extremely poor, proportion of poor children, proportion of extremely poor children and infant mortality. Conclusion Leishmaniasis control must include interventions to reduce the proportion of ML cases, the knowledge of its determinants being a starting point.