PACS: 43.71. Ky; 43.66.; 43.55.-nA participação plena das pessoas com deficiência na vida social é um desafio. Utiliza-se o termo acessibilidade para garantir o acesso de todos, em todas as áreas de convívio. Diversos campos do conhecimento e desenvolvimento tecnológico se incorporaram na busca de soluções para garantir esse acesso. A acústica, ciência que estuda o som, debruça-se também sobre os problemas da audição humana e da fala. Porém, verifica-se que o conceito de acessibilidade não está devidamente considerado dentro do seu campo científico e tecnológico. Este artigo objetiva despertar a responsabilidade social da acústica com o tema, minimizando barreiras à equiparação dos direitos de pessoas com e sem deficiência auditiva. Usuários de Libras já são contemplados na legislação, o mesmo não se observa com as pessoas ensurdecidas, seja por perdas auditivas relacionadas ao trabalho, envelhecimento fisiológico ou outras causas. Nesses casos, a legislação tem sido insuficiente. Daí a importância de um novo campo de estudo na área de acústica que favoreça o debate sobre a acessibilidade auditiva em interface com a saúde, acústica, políticas públicas e legislação, que reduza barreiras comunicacionais e o estigma sobre as pessoas surdas ou ensurdecidas. Pretende-se estabelecer interfaces e diálogos entre esses campos de conhecimento, proporcionando novo olhar sobre a função social da acústica. Sugere-se denominar a nova área como Acústica para a Acessibilidade. Busca-se constituir um glossário de subáreas de estudo e temas na acústica ligados à acessibilidade. Inicialmente, são apresentados conceitos formulados no campo da acessibilidade. Posteriormente, identificam-se as interfaces da acústica com esses temas que podem despertar novos conceitos e campos de pesquisa. Algumas subáreas de estudo são apontadas e discutidas sem a pretensão de esgotar a temática. Finalmente, discutem-se formas para que o campo de estudo possa emergir na área da acústica.The full participation of people with disabilities in social life is a challenge. The term accessibility is used to guarantee access for all, in all social areas. Several fields of knowledge and technological development have been incorporated in the search for solutions to guarantee this access. Acoustics, a science that studies sound, also deals with the problems of human hearing and speech. However, it appears that the concept of accessibility is not properly considered within its scientific and technological field. This article aims to awaken the social responsibility of acoustics with the theme, minimizing barriers to the equalization of the rights of people with and without hearing impairment. Brazilian sign language (Libras) users are already included in the legislation, the same is not observed with late-deafened people, whether due to work-related hearing loss, physiological aging, or other causes. In these cases, the legislation has been insufficient. Hence the importance of a new field of study in an area of acoustics that favors the debate on hearing accessibility in interface with health, acoustics, public policies, and legislation, which reduces communication barriers and stigma on deaf or late-deafened people. It is intended to establish interfaces, dialogues between these fields of knowledge and it is suggested to name the new area as: Acoustic Accessibility, providing a new look at the social function of acoustics. The aim is to create a glossary of sub-areas of study and themes in acoustics related to accessibility. Initially, concepts formulated in the field of accessibility are presented. Subsequently, the interfaces of acoustics are identified with these themes that can awaken new concepts and research fields. Some sub-areas of study are pointed out and discussed without the intention of exhausting the theme. Finally, ways are discussed for the field of study to emerge in area of acoustics.