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Ambulatório multiprofissional de avaliação perioperatório (AMME-HRG): modelo em saúde pública à atenção perioperatória
Registro en:
VERNER, Glayson Carlos Miranda et al. Ambulatório multiprofissional de avaliação perioperatório (AMME-HRG): modelo em saúde pública à atenção perioperatória. In: ENCONTRO DA REDE DISTRITAL DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE, 1., 2016, Brasília. Anais [...]. Brasília: Fiocruz Brasília, 2016. Resumo.
Autor
Verner, Glayson Carlos Miranda
Dantas, Jéssica Coli
Cabral, Thiago Nunes Figueiredo
Gomes, Jacqueline Ramos de Andrade
Motta, Ana Caroline de Mendonça
Araújo, Weslei S.
Abreu, Leonília Brelaz de
Campos, Thais Lobo
Resumen
Os autores, representantes da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde, Escola Superior de Ciências da Saúde, Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal e Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central, foram convidados pela Fiocruz Brasília, para apresentação de trabalho no evento: Seminário temático PesquisaSUS: I Encontro da Rede Distrital de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ReDATS), organizado pelo Programa de Evidências para Políticas e Tecnologias em Saúde (PEPTS) da Fiocruz Brasília em parceria com a Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs) - realizado no dia 16 de dezembro de 2016, na Fiocruz Brasília. Introdução: a avaliação perioperatória do paciente cirúrgico, ao que denominamos medicina perioperatória (MPO), é feita para acrescentar segurança e eficiência ao processo. Isto significa prover ao paciente adequados cuidados relacionados ao preparo pré-operatório, à anestesia, à evolução pósanestésica e à recuperação pós-operatória, sendo que melhores resultados podem advir de uma abordagem racionalizada e multiprofissional, executados à luz da prática baseada em evidências (PBE), justificando o atual papel dos ambulatórios multiprofissionais de avaliação perioperatória. O Ambulatório Multiprofissional de Medicina e Enfermagem Perioperatório do Hospital Regional do Gama (AMME-HRG), pioneira iniciativa na rede SES-DF, propõe-se a ser uma alternativa viável neste contexto. Objetivos: avaliar a estratégia perioperatória AMME-HRG, destacadamente sua abordagem sistematizada de multiestratificações, transdisciplinaridade e cuidado global aplicados em seus atendimentos; identificar, no modelo, viabilidade como ferramenta de avaliação de tecnologia em saúde. Método: trata-se de um estudo descritivo quali-quantitativo, em que são, em relação à primeira: descritos e avaliados os processos de trabalho das equipes, rotinas do serviço (fluxogramas); analisadas as estratégias de "triagem baixo (AMME-BR)/alto risco (AMME-AR) pré-consulta", contra-referência especializada e metas de cuidados globais (jejum, cuidados gerais perioperatórios,TCLE, resultados pós-operatório etc.); pertinentes à outra, consulta retrospectiva de dados da clientela AMME, realizados por meio de prontuários físicos e eletrônicos presentes na instituição, coletando-se informações dos pacientes atendidos no serviço desde sua criação (junho/14) até o final de seu segundo ano de atividade (maio/16), compreendendo dados que descrevam a população (sexo, idade, peso, estatura, IMC, cirurgia proposta, comorbidades, vícios, exame físico, índices de via aérea e outros), exames pré-operatórios básicos, resultados das estratificações realizadas [MET; riscos de SAHOS, TEP/TEV, cardíacos (ASA, NYHA, Lee, ACP/Detsky)], as condutas adotadas [avaliação funcional invasiva versus não invasiva; estratégias de trombo e antibioticoprofilaxia]. Resultados: as avaliações qualitativas evidenciam um modelo inovador em nível de atenção em saúde pública. Há um bem planejado, organizado e racional modelo de processo de trabalho, identificavelmente alicerçado sobre um substrato técnicocientífico que parece traduzir economia, segurança e qualidade no processo de cuidado pré e pós operatório ao paciente cirúrgico. No outro pólo, considerando apenas a clientela triada ao AMME-AR no período, foram atendidos 292 pacientes, sendo 231 (79,1%) do sexo feminino, 61 (20,9%) masculino e média de idade de 59,29 anos. A maior parcela cirúrgica (116; 39,7%) tinha motivação ginecológica. As estratificações realizadas, pela padronização da coleta de dados nas consultas, permitiram identificar um perfil epidemiológico de fidelidade nem sempre identificável na literatura. Conclusão: a segurança dos pacientes que recorrem aos cuidados médicos entrou na ordem do dia, sendo hoje uma das facetas da dimensão da qualidade na saúde. As modernas PBE e MPO adotam práticas clínicas que, em resumo, devem consolidar qualidade e segurança a pacientes cirúrgicos. Espaços perioperatórios ambulatoriais para a prática desta medicina translacional e transdisciplinar, que agreguem racionalização das condutas por meio do uso sistemático de evidências, podem compor o melhor dos cenários das modernas tecnologias em saúde, o que parece intrínseco à iniciativa AMME-HRG. Destarte, é possível que a estratégia esteja em conformidade com estas práticas e represente uma ferramenta tecnológica a ser institucionalizada.