Dissertation
Para não calar a voz dos nossos professores: um estudo das desordens vocais apresentadas pelos professores da rede pública municipal do Rio de Janeiro
Not to silence the voice of our teachers: a study of vocal disorders presented by the municipal public school teachers in Rio de Janeiro
Registro en:
SPITZ, Christiane. Para não calar a voz dos nossos professores: um estudo das desordens vocais apresentadas pelos professores da rede pública municipal do Rio de Janeiro. 2009. 221 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2009.
BR526.1; R362.196855098153, S761p
Autor
Spitz, Christiane
Resumen
Introdução: A freqüência, a gravidade e as repercussões sociais dos problemas de voz
o transformaram em uma questão relevante para a Saúde Pública e para a Saúde do
Trabalhador. A análise dos fatores de risco relacionados à voz profissional deve incluir
tanto questões individuais como aspectos ambientais e organizacionais. Seu uso
incorreto, originando ajustes inapropriados no modo de produção vocal, e a grande
demanda vocal são fatores importantes para o desencadeamento de alterações no
aparelho fonador dos professores. Uma parcela significativa deles desenvolve sintomas
laríngeos, faríngeos e/ou cervicais de diferentes tipos e graus de severidade, afetando
seu desempenho vocal. O absenteísmo e freqüentes pedidos de licença médica, além das
incapacidades permanentes neste grupo, sobrecarregam os serviços de saúde e de perícia
médica. A Lista Brasileira de Doenças Relacionadas ao Trabalho, produzida pelo
Ministério da Saúde e adotada pelo Ministério da Previdência, não incluiu os
transtornos da voz relacionados ao trabalho e a legislação vigente sobre aptidão e
inaptidão vocal para o trabalho é ainda insuficiente e imprecisa. Objetivos: Avaliar
diagnósticos, causas e critérios de readaptação funcional por problemas de voz de
professores da rede pública municipal de ensino da cidade do Rio de Janeiro durante o
ano de 2007. Material e método: revisão da literatura técnica e normativa, estudo
descritivo observacional com uso de prontuários médicos e entrevistas com
profissionais da Gerência de Perícias Médicas (GPM) da Prefeitura da Cidade do Rio de
Janeiro. Resultado: 41,73% dos professores foram readaptados em 2007 por disfonia
correspondendo a 1% de todos os professores da rede pública municipal do RJ; 97,67%
do sexo feminino; média de idade: 46,6 + 8,4 anos; média de tempo de magistério: 18,5
+ 8,2 anos; tempo médio de readaptação: 3,5 + 4,16 anos; 67,37% de lesões orgânicas
(espessamento de bordo livre: 26,02%; nódulos: 24,39%) e 32,63% de funcionais
(fendas: 79,46%). Conclusão: O adoecimento vocal apresentado pelos professores deve
ser valorizado e incluído no roll das patologias relacionadas ao trabalho. Programas de
saúde vocal devem ser introduzidos para a prevenção destes agravos. Introduction: The frequency, severity and impact of social problems due to voice
problems turned into an issue for Public and Occupational Health. The analysis of risk
factors related to professional voice use should include not only individual issues but
also organizational and environmental aspects. Inappropriate settings for the mode of
voice production due to incorrect use of the voice, and high vocal demand are important
factors for the triggering of changes in teachers' vocal apparatus. Laryngeal, pharyngeal
and/or cervical symptoms of different types and degrees and changes in vocal
performance are developed by a significant amount of them. The absences and frequent
requests for medical leave, in addition to permanent disability in this group, overwhelm
the health services and medical expertise. The List of Brazilian Diseases Related to
Work, produced by the Ministry of Health and adopted by the Ministry of Welfare, does
not include work related voice disorders and legislation about vocal ability and inability
to work are still insufficient and imprecise. Objectives: To assess diagnosis, causes and
criteria for functional readaptation of teachers with voice problems in the public schools
of Rio de Janeiro City during the year of 2007. Material and method: review of
technical and normative literature, descriptive observational study using medical records
and interviews with professionals from the Medical Expertise Management (GPM) of
the City Hall of Rio de Janeiro. Results: 41.73% of teachers in 2007 were readapted by
dysphonia corresponding to 1% of all teachers in the public educational municipal
system of RJ; 97.67% female, mean age: 46,6 + 8,4 years, average years of teaching:
18,5 + 8,2 years, mean duration of readaptation: 3,5 + 4,16 years, 67.37% of organic
lesions (thickening of free vocal cord edge: 26.02%; nodules: 24.39%) and 32.63% of
functional (chink: 79.46%). Conclusion: Teachers’ voice disorders should be worth and
included in the roll of occupational diseases. Vocal health programs should be
introduced to prevent these problems.