Papers presented at events
O surgimento da pandemia de influenza A-H1N1 nos jornais O Globo e Folha de S.Paulo
Registro en:
SCHNEIDER, Catarina Menezes; COSTA, Stéphanie Lyanie de Melo e; CARDOSO, Janine Miranda. O surgimento da pandemia de influenza A-H1N1 nos jornais O Globo e Folha de S.Paulo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 8., 2019, João Pessoa. Anais... João Pessoa: ABRASCO, 2019. 2 p.
978-85-85740-10-8
Autor
Schneider, Catarina Menezes
Costa, Stéphanie Lyanie de Melo e
Cardoso, Janine Miranda
Resumen
O vírus H1N1 foi alvo de grande esforço mundial, com fortes repercussões midiáticas. No Brasil, as primeiras notícias surgiram em 25 de abril de 2009, quando a Organização Mundial da Saúde anunciou um novo subtipo do vírus Influenza A, no México e nos Estados Unidos. Meses mais tarde (16 de junho de 2009) foi anunciada a primeira pandemia do século XXI. Visa-se compreender como o jornalismo participou da construção dessa epidemia, no momento de seu surgimento. Para tanto, analisamos as matérias de capa publicadas dos jornais O Globo e Folha de S.Paulo, no período de 25 de abril a 1º de maio de 2009. Por meio da análise de discurso das matérias, detivemo-nos especialmente nas operações de nomeação e qualificação do evento, identificando o papel desempenhado pela noção de risco nas explicações, projeções, formas de enfrentamento e atribuição de responsabilidades relacionadas à Influenza A –H1N1. Dessa forma, partimos de marcas na superfície textual para analisar as estratégias discursivas, como memória discursiva de outras epidemias e aquilo que foi dito e silenciado. Dentre os resultados da análise, notamos nas matérias a combinação das características de ineditismo da doença, sua letalidade, impossibilidade de controle da disseminação do vírus, necessidade de medidas preventivas e intensa desconfiança das autoridades brasileiras, delineando um contexto de alto risco, que teve no uso das máscaras cirúrgicas sua principal imagem. Percebemos que o ponto de entrada do discurso jornalístico é o medo e também o quantitativo de infectados e/ou mortes. Os sentidos da epidemia de H1N1 e dos riscos associados são múltiplos e continuamente ressignificados ao longo da luta de interpretações, da qual a mídia participa. Mais do que tornar visíveis os acontecimentos, o jornalismo os constitui e, ao fazê-lo, orienta certa percepção da realidade social. Trazemos resultados da pesquisa "O drama epidêmico midiático no Brasil: um estudo sobre a construção da dengue e H1N1 (2008-2010)" (CNPq).