Thesis
Efeito da menopausa e da hipertrigliceridemia na transferência de lípides e atividade da paraoxonase em mulheres diabéticas
Registro en:
KNOP, Luciana Bastianelli. Efeito da menopausa e da hipertrigliceridemia na transferência de lípides e atividade da paraoxonase em mulheres diabéticas. 2018. 80 f.Tese (Doutorado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa) - Instituto Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz, Salvador, 2018.
Autor
Knop, Luciana Bastianelli
Resumen
A alta prevalência da diabetes mellitus tipo 2 (DM2) na população e complicações associadas à doença, como a doença aterosclerótica cardiovascular, estão cada vez mais presentes na mulher. Na DM2, observam-se alterações lipoproteicas, principalmente a hipertrigliceridemia, alterações que são agravadas na menopausa. Estudos têm demonstrado que a transferência in vitro de lípides para a HDL e a determinação da atividade da paraoxonase são métodos robustos para a avaliação funcional da HDL, uma vez que, no diabetes,a função protetora da HDL está alterada. OBJETIVO: O objetivo do estudo foi o de verificar se há diferença na atividade da paraoxonase e na transferência de lípides para a HDL em função da presença de hipertrigliceridemia e menopausa em mulheres DM2. MATERIAL E MÉTODOS: Foram coletadas amostras de sangue de 63 pacientes do gênero feminino, diabéticas do tipo 2, entre 25 e 70 anos, pareadas por faixa etária e comorbidades associadas. Foram realizadas determinações laboratoriais para diabetes e dislipidemia; transferência in vitro de lípides radioativamente marcados, de uma nanopartícula (LDE) artificial para a HDL, por cintilação líquida, assim como, a atividade da paraoxonase por espectrofotometria. Para a análise dos dados foi realizada estatística descritiva e inferencial; cálculo do tamanho amostral, teste de normalidade, cálculo de valores extremos, teste t não pareado, e análise de correlação linear de Pearson.RESULTADOS: Os resultados apresentaram uma diferença na atividade da paraoxonase-1 em função da intensidade da hipertrigliceridemia entre os grupos,independente da condição de menopausa ou não (teste t não pareado; p<0,05). Além disso, observou-se também diferença na transferência de fosfolípides entre os grupos, assim como, uma correlação linear positiva entre a transferência de fosfolípides e colesterol éster (r=0,94; p = 0,0004), e uma correlação linear negativa (r= -0,617; p= 0,038) na redução da transferência de colesterol éster em função da intensidade da hipertrigliceridemia. DISCUSSÃO: Apesar de as determinações laboratoriais bioquímicas convencionais não terem apresentado significância quanto à verificação e comparação das pacientes diabéticas normo e hipertrigliceridêmicas em relação à menopausa, observou-se alterações significativas na atividade da paraoxonase e transferência de fosfolípides e colesterol éster para HDL em mulheres menopausadas quando comparadas àquelas não menopausadas intra e intergrupos. CONCLUSÃO: Os achados desse estudo mostram que não apenas a hipertrigliceridemia diabética, mas que,em determinadas condições, a menopausa também influencia o metabolismo da HDL, a ação da paraoxonase e as transferências de fosfolipídios (PL) e colesterol éster (CE) para a HDL. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001. INTRODUCTION: The high prevalence of type 2 diabetes mellitus (DM2) in the community and the complications associated, such as cardiovascular atherosclerotic, are increasingly in women. Lipoprotein alterations are observed in DM2 that could be aggravated by menopause due to hypertriglyceridemia. Studies have shown that the in vitro transfer of lipids to HDL and the determination of paraoxonase activity are robust methods for HDL functional evaluation, since the HDL protective function is altered in diabetes. OBJECTIVE: The aim of this study was to observe if there is a difference in the paraoxonase activity and in the transfer of lipids to HDL due to the presence of hypertriglyceridemia and menopause in DM2 women. MATERIAL AND METHODS: Blood samples were
collected from 63 female diabetic patients, between 25 and 70 years old, matched by age group and associated comorbidities. In vitro transfer of radioactively labeled lipids from an artificial nanoparticle (LDE) to HDL was determined by liquid scintillation, as well as the activity of paraoxonase by spectrophotometry. Laboratory determinations were also performed. For the data analysis, descriptive and inferential statistics were performed; normality test, unpaired t-test, and Pearson's linear correlation analysis was used to calculate the sample size. RESULTS: There was a difference in paraoxonase-1 activity between the groups
due to the high hypertriglyceridemia, regardless the menopausal or nonmenopausal condition (unpaired t-test, p <0.05). In addition, there was also a difference in phospholipid transfer between groups, as well as the presence of positive linear correlation between transfer of phospholipids and cholesterol ester (r = 0.94, p = 0.0004), and reduction of cholesterol ester transfer due to hypertriglyceridemia (negative linear correlation; r = -0.617, p = 0.038). DISCUSSION: Conventional biochemical laboratory determinations were not significant in the comparison of normal and hypertriglyceridemic diabetic patients in relation to menopause. However, our study showed that there were significant alterations in the activity of paraoxonase and phospholipid and cholesterol ester transfer to HDL in menopausal women when compared to those non-menopausal intra and intergroups. CONCLUSION: The findings of this study show that not only
diabetic hypertriglyceridemia but menopause also influences HDL metabolism, the action of paraoxonase and the transfer of phospholipid (PL) and cholesterol ester (CE) for HDL under certain conditions.