Papers presented at events
A morte do Rio Cateté: narrativas dos Xikrín sobre os impactos das atividades da mineradora Vale na saúde de seu território
Registro en:
XIKRÍN, Ngoij Re et al. A morte do Rio Cateté: narrativas dos Xikrín sobre os impactos das atividades da mineradora Vale na saúde de seu território. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 8., 2019, João Pessoa. Anais... João Pessoa: ABRASCO, 2019. 2 p.
978-85-85740-10-8
Autor
Xikrín, Ngoij Re
Freitas, Pauliran
Maracaípe, Teresa
Gorender, Paulo
Costa, Joseane Carvalho
Resumen
O trabalho ocorreu em maio de 2017, durante as atividades do Programa Saberes e fazeres Xikrín. Promover o protagonismo dos Xikrín nos processos de comunicação com a sociedade não indígena, particularmente no que se refere à saúde de seu território. 1. Capacitar os Xikrín na realização de registros audiovisuais e narrativas relativas ao seu cotidiano; 2. Promover o diálogo entre os Xikrín e instituições para fortalecer a luta pela autonomia em seu território. 3) Estabelecer canais de comunicação próprios dos Xikríns com a sociedade não-indígena. Uma equipe do Canal Saúde da Fiocruz realizou uma mini-Oficina de cinegrafia para os adolescentes da aldeia, voltada a registros audiovisuais, tendo o celular como instrumento desses registros. Após a Oficina foi solicitado a cada participante da Oficina que realizassem registros sobre temas relevantes para a saúde dos Xikríns do Cateté. A poluição do Rio Cateté pela Vale foi uma escolha unânime e imediata dos Xikríns, pois os mesmos viram nessa atividade uma oportunidade de assumir seu protagonismo nos relatos e narrativas acerca da tragédia que os assola. Assim, organizaram uma equipe de filmagem e foram para o Rio registrar e narrar os agravos enfrentados no seu cotidiano resultantes da contaminação produzida pelas atividades mineradoras da Vale, que lança seus dejetos no leito do Cateté. A poluição do Rio Cateté é um tema relevante para os Xikrín. Análises apontam a presença de metais pesados como como zircônio em suas águas. A presença deste metal indica uma poluição causada pelas atividades da mineradora, trazendo risco para a saúde da aldeia, no que tange ao uso desse recurso natural em seu cotidiano. Essa situação tem levado os Xikrín aos tribunais para que a Vale suspenda suas atividades e para que seu rio volte a ter vida novamente. A poluição do Rio Cateté é um problema grave de saúde para os Xikrins. Há relatos de diarreias, dermatites, náuseas, entre outros sintomas decorrentes da contaminação. Entretanto, pouco se ouve falar do sofrimento imposto pela Vale aos Xikríns. Nesse sentido, abrir canais de comunicação que possibilitem a fala dos próprios Xikríns para a sociedade não-indígena é de extremo valor na sua luta pela busca de autonomia em seu território.