A fasciolose é causada pelo trematódeo parasita Fasciola hepatica que acomete criações zootécnicas extensivas e tem considerável importância médico-veterinária uma vez que acomete o homem na qualidade de hospedeiro acidental. Seu ciclo envolve um caramujo de água doce da espécie Lymnaea columella como hospedeiro intermediário. A dinâmica populacional desta espécie de molusco e a prevalência da doença em gado bovino de duas fazendas: Fazenda Sítio Recreio (FSR-SLP) em São Luís do Paraitinga-SP e Fazenda São Joaquim (FSJ-RS) em Redenção da Serra - SP, foram avaliadas neste trabalho no intuito de comparar e atualizar dados da literatura. Em três meses (outubro/2013, dezembro/2013 e março/2014) de estudo, foram coletados um total de 648 moluscos, sendo 342 exemplares (98; 93 e 151, respectivamente) na FSR-SLP e 306 exemplares (143; 133; 30, respectivamente) na FSR-RS. A população de moluscos era composta por 7,9% de animais jovens (até 5 mm de comprimento de concha) e 92,1% de adultos na FSR-SLP e 20,3% e 79,7%, respectivamente, na FSJ-RS O tamanho de comprimento de concha médio que predominou em ambas populações foi de 8mm. Houve pequena variação na temperatura ambiente entre as duas cidades e em ambas a precipitação pluviométrica e os parâmetros físico-químicos das águas dos habitats de L. columella, não influenciaram nas populações dos moluscos. Nenhum dos moluscos coletados estava positivo para formas larvares de F. hepatica. Para avaliar a prevalência da fasciolose nas criações, foram coletadas 117 amostras de fezes de bovinos mestiços leiteiros das duas fazendas onde se observou que 6,6% do lote de animais da FSR-SLP em outubro/2013 e 3,3% da FSJ-RS em dezembro/2013, estavam positivas para ovos de Fasciola hepatica. Esses resultados demonstram que apesar do tempo transcorrido e tentativas de controle, após 14 anos de estudo realizados na FSJ-RS, a população de L. columella se mantem nessa fazenda. Apesar de nenhum molusco coletado ter sido observado positivo para F. hepatica, nas duas fazendas, ainda se registra o hospedeiro definitivo positivo circulando nos piquetes onde vivem os moluscos, o que favorece a manutenção do ciclo da doença nas fazendas.