Thesis
Avaliação de programas de prevenção de DST/AIDS para jovens: estudo de caso numa organização governamental e numa organização não-governamental do município do Rio de Janeiro
Fecha
2006Registro en:
CRUZ, Marly Marques da. Avaliação de programas de prevenção de DST/AIDS para jovens: estudo de caso numa organização governamental e numa organização não-governamental do município do Rio de Janeiro. 2006. 234 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2006.
Autor
Cruz, Marly Marques da
Institución
Resumen
O estudo tem por objetivo avaliar as ações de prevenção de DST/AIDS para jovens a partir das experiências de uma Organização Governamental (OG) e uma Organização Não-Governamental (ONG) do Município do Rio de Janeiro (MRJ). O propósito desta pesquisa avaliativa é descrever,
analisar e emitir julgamento de valor sobre o acesso dos jovens às ações de prevenção DST/AIDS, com base nos referenciais do Modelo Lógico de Programa (MLP) e do Modelo Teórico de Avaliação (MTA). A estratégia metodológica adotada o estudo de caso comparativo para aproximação e compreensão da implementação das ações de prevenção de DST/AIDS em
uma Unidade de Saúde (US) e uma ONG, selecionadas por técnica de consenso mediante critérios previamente definidos. A coleta de dados se deu por meio da triangulação de métodos através de: observação participante, entrevista semi-estruturada com gestores, profissionais e
jovens e a análise documental. As categorias de análise e de julgamento correspondem as seguintes dimensões de acesso: disponibilidade, oportunidade, acessibilidade, aceitabilidade e adequação. Na US e na ONG as intervenções avaliadas foram, sucessivamente, os programas
“Vista Essa Camisinha” e o“Agente Jovem”. De forma comparativa foi possível constatar que há uma diferença substancial na implementação das ações de prevenção de DST/AIDS entre as duas experiências. A US prioriza a ação intra-muro, o trabalho burocratizado e a lógica de organização
do serviço. Nas ações educativas pouco se integra as temáticas de saúde sexual e reprodutiva à prevenção de DST/AIDS e se focaliza a informação prescritiva e a responsabilização individual, tendo a doença como principal referencial. Diferentemente, a ONG privilegia o espaço e a ação
comunitária, procurando incorporar nas atividades as necessidades dos jovens. Para tal, a ONG investe na metodologia participativa, na educação por pares, no protagonismo juvenil, na responsabilidade coletiva, tendo como referencial a promoção da saúde. Enfim, a ONG, mesmo
em condições mais adversas, garante melhor acesso ao preservativo, às atividades educativas e a uma vida sexual mais segura para os jovens que a US. Recomenda-se assim um aprofundamento da reflexão sobre as condições de acesso às ações de prevenção de DST/AIDS para jovens na US e ONG, considerando suas diferentes dimensões, e um maior investimento numa cultura avaliativa e na estruturação de um sistema de monitoramento e avaliação nessa área, visando orientar a tomada de decisão e a melhoria do programa.