O uso de diferentes fontes de irradiação ultravioleta na avaliação da eficácia e segurança de substâncias fotoprotetoras em Saccharomyces cerevisiae

Abstract

Embora existam diversos ensaios propostos para avaliar o potencial fototóxico de compostos químicos, seus respectivos modelos celulares são altamente sensíveis a radiação ultravioleta B (UVB) que, por sua vez, é constantemente evitada e reduzida dos espectros de irradiação. Além disso, as taxas de dose e os tempos de irradiação desses testes não são, na maioria das vezes, compatíveis a exposições ambientais usuais da população. Nesse sentido, Saccharomyces cerevisiae tem se mostrado uma interessante ferramenta para predizer o potencial fotomutagênico de diversos compostos, incluindo de substâncias usadas em formulações cosméticas de protetores solares. Cepas de S. cerevisiae podem suportar doses ambientais de UVB compatíveis a exposições diárias à luz solar natural, viabilizando o uso de fontes de irradiação que mimetizam fielmente as condições externas da luz solar. Neste trabalho, foram usadas 4 cepas de S. cerevisiae (FF18733, CD138, AWP001 e LPW002) sensíveis à radiação ultravioleta A (UVA), UVB e a Luz Solar Simulada (LSS) para avaliar a aplicabilidade das mesmas como potenciais bioindicadores para eficácia e segurança no desenvolvimento de fotoprotetores, para cada uma das fontes de irradiação. O potencial bioindicador das cepas foi avaliado a partir do emprego de substâncias fotoprotetoras amplamente utilizadas em fotoprotetores: octil metoxicinamato, octocrileno e dióxido de titânio. A cepa que melhor indicou o potencial fotoprotetor e foto/antifotomutagênico, tanto para a fonte de irradiação UVA quanto para UVB foi a cepa AWP001 (yno1) Para a LSS, a cepa LPW002 (ogg1yno1) foi a eleita para indicar o potencial fotoprotetor, enquanto a cepa AWP001 (yno1) foi, mais uma vez, a escolhida para indicar o potencial foto/antifotomutagênico dos fotoprotetores. Por essa razão, as cepas AWP001 (yno1) e LPW002 (ogg1yno1) mostraram-se promissores modelos experimentais para compor este ensaio. Dessa forma, o conjunto de resultados evidenciou um conjunto de cepas de S. cerevisiae particularmente útil para a avaliação do potencial fotoprotetor (indicando eficácia) e foto/antifotomutagênico (indicando segurança) de filtros UV, atendendo a demanda de indústrias e agências regulatórias por testes de screening eficientes e robustos, visando desenvolver produtos de qualidade e seguros aos consumidores