Dissertation
Avaliação da organização assistencial das unidades não hospitalares de pronto atendimento do município de Goiânia adotando como referência a política nacional de atenção às urgências
Fecha
2004Registro en:
MOURA, Irani Ribeiro de. Avaliação da organização assistencial das unidades não hospitalares de pronto atendimento do município de Goiânia adotando como referência a política nacional de atenção às urgências. 2004. 101 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2004.
Autor
Moura, Irani Ribeiro de
Institución
Resumen
Com base na Política Nacional de Atenção às Urgências (PNAU), as Unidades Não
Hospitalares de Atenção às Urgências/Emergências (UNHAU/E) têm a atribuição
de prestar assistência aos casos de baixa e média complexidade e servir de
interface entre os serviços pré-hospitalares fixo e móvel e as unidades hospitalares
de atendimento às urgências. Com o objetivo de avaliar a organização assistencial
das UNHAU/E do Município de Goiânia, fez-se uma análise quantitativa, in locu, da
dimensão de suas estruturas assistenciais, incluindo recursos humanos, área
física, equipamentos, materiais e medicamentos. Também foram obtidos, por meio
de dois grupos focais, os depoimentos dos gerentes e conselheiros do Conselho
Municipal de Saúde(CMS) relativos às suas percepções sobre a atribuição
daquelas UNHAU/E junto à rede assistencial. Os depoimentos foram objeto de
análise de conteúdo e juntamente com a verificação da estrutura assistencial foram
cotejados com a organização prevista para as UNHAU/E, na PNAU. Para os
depoentes, sobretudo os do CMS, as UNHAU/E operam com estruturas tangíveis
deficitárias, oferecem serviços predominantemente paliativos e, desta forma, o local
mais apropriado para atender as urgências é o Hospital de Urgência de Goiânia. A
articulação dos grupos sociais envolvidos com as UNHAU/E para planejar as suas
ações e garantir suas atribuições não é sistematizada. A área física em duas
Unidades não comporta sala exclusiva para reanimação e estabilização clínica,
sutura, curativos contaminados, inaloterapia/medicação. Nenhuma das UNHAU/E
apresenta sala de observação individualizada por sexo e faixa etária com posto de
enfermagem, sanitários e chuveiros. Dentre as categorias profissionais previstas
para as UNHAU/E, somente estão garantidas nas 24 horas, o médico e
auxiliar/técnico de enfermagem. As UNHAU/E não adotam a triagem classificatória
de risco e de outras práticas de humanização da assistência, e tampouco possuem
programas de educação permanente especifica para urgência. Do total de itens
referentes a equipamentos, materiais e medicamentos previstos para as UNHAU/E,
foram contabilizados, em média, respectivamente, 48,95%, 56,39% e 55,48%
daqueles indicados pela PNAU. Dentre os dez equipamentos definidos como
essenciais para dar suporte à estabilização clínica e à manutenção da vida, duas
Unidades contavam com, respectivamente, 30 e 40% dos itens, enquanto nas
outras duas remanescentes, nenhum item foi relacionado. Dentre os atendimentos
realizados nas UNHAU/E, o percentual de encaminhamento para internação
hospitalar varia de 2,5 a 10% e supera os 3% previsto na referência em três
Unidades. Conclui-se que, as UNHAU/E têm, perante os grupos sociais ouvidos,
um papel reduzido junto à rede assistencial, o que guarda relação com as
limitações das dimensões arquitetônicas e tecnológicas e das práticas assistenciais
e gerenciais dessas Unidades. Desta forma, a organização de uma rede
assistencial, com a atribuição esperada das UNHAU/E, conforme está previsto na
PNAU, depende de um plano de investimentos que contemplem: adequação
arquitetônica, tecnológica e uma política de recursos humanos, que garanta
educação permanente dos seus profissionais para a incorporação de novas
práticas assistenciais e gerenciais.