Thesis
Perfil de resistência genotípica do HIV-1 aos anti-retrovirais em uma população de mulheres infectadas pelo HIV-1 expostas a quimioprofilaxia com anti-retrovirais para prevenção da transmissão vertical do HIV-1 durante a gestação
Fecha
2008Registro en:
PILOTTO, José Henrique. Perfil de resistência genotípica do HIV-1 aos anti-retrovirais em uma população de mulheres infectadas pelo HIV-1 expostas a quimioprofilaxia com anti-retrovirais para prevenção da transmissão vertical do HIV-1 durante a gestação. 2008. 197 f. Tese (Doutorado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas)-Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2008.
Autor
Pilotto, José Henrique
Institución
Resumen
Introdução: As diretrizes do Ministério da Saúde recomendam que as gestantes que iniciam esquemas anti-retrovirais de alta potência (HAART) para prevenção da transmissão vertical do HIV-1, e que não necessitam destes para a sua saúde, interrompam o uso dos medicamentos após o parto. Entretanto, pouco se sabe sobre a emergência de mutações de resistência com esta estratégia. Objetivos: avaliar a prevalência de mutações de resistência primária em gestantes virgens de terapia anti-retroviral na visita de inclusão em uma coorte de gestantes virgens de terapia anti-retroviral; avaliar o desenvolvimento de novas mutações após a interrupção do esquema HAART após o parto; avaliar os subtipos do HIV-1; avaliar infecção recente pelo HIV-1 usando o Calypte BED Incidence EIA; avaliar a taxa de transmissão vertical do HIV-1 nessa população de gestantes. Métodos: Desde março de 2005, foi iniciada uma coorte de gestantes portadoras de infecção pelo HIV-1 no Hospital Geral de Nova Iguaçu. Terapia anti-retroviral de alta potência (HAART) foi usada para prevenção da transmissão vertical de acordo com as diretrizes Brasileiras. As seguintes avaliações imunológicas e virológicas (CD4, RNA do HIV- 1 e genotipagem) foram realizadas na visita de inclusão na coorte, 6 a 8 semanas após o inicio dos anti-retrovirais, parto e pós-parto [15 dias, 1 mês e 6 meses] Resultados: 250 gestantes foram incluídas e seguidas no HGNI. A idade média foi de 25,3 anos; 69,8% das gestantes não brancas, mediana da idade gestacional no inicio do prénatal foi de 24 semanas. A mediana de CD4 na visita de inclusão na coorte foi 518 células/mm3 e do RNA do HIV-1 7.800 cópias/mL. Esquemas anti-retrovirais contendo ITRNN e IP foram prescritos em 22,3% e 77,7% das gestantes, respectivamente. A mediana de tempo de uso dos anti-retrovirais foi de 84 dias; 76% das gestantes tinham RNA do HIV-1 < 400 cópias/ml no parto. A prevalência de resistência primária foi 11,3%; 13,8% das gestantes desenvolveram mutações de resistência após a introdução e interrupção dos antiretrovirais no parto. Infecção recente pelo HIV-1 foi detectada em 13,9% das gestantes no momento de inclusão na coorte. Na análise multivariada a presença de resistência primária mostrou ser um fator independentemente associado à incidência de mutações no parto e após a interrupção dos anti-retrovirais. Mulheres com RNA do HIV-1 detectável no momento do parto apresentaram um risco de detecção de mutação no parto/pós-parto 3,5 vezes aquele observado entre as mulheres com RNA do HIV-1 indetectável neste mesmo momento. O tempo de uso de HAART mostrou-se independentemente associado à incidência de resistência após a introdução da quimioprofilaxia para a prevenção da transmissão vertical nessa coorte, sendo que quanto maior o tempo de uso desse esquema maior a chance de detecção de mutações. Conclusão: Alta prevalência de mutações de resistência primária no momento da inclusão na coorte; 13,8% das gestantes desenvolveram mutações de resistência após a introdução e interrupção dos anti-retrovirais no parto. Infecção recente pelo HIV-1 foi detectada em 13,9% das gestantes no momento de inclusão na coorte. O subtipo B to HIV-1 foi o mais prevalente. Não houve transmissão vertical do HIV-1 nessa população estudada.