Dissertation
Avaliação dos níveis de estresse oxidativo induzido por exposição ao mercúrio em população ribeirinha infantojuvenil do rio Madeira (RO)
Fecha
2016Registro en:
CARVALHO, Leandro Vargas Barreto de. Avaliação dos níveis de estresse oxidativo induzido por exposição ao mercúrio em população ribeirinha infantojuvenil do rio Madeira (RO). 2016. 105 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública e Meio Ambiente) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2016.
Autor
Carvalho, Leandro Vargas Barreto de
Institución
Resumen
A região amazônica possui hoje grandes empreendimentos na área de produção e geração de energia hidrelétrica. Em Rondônia (RO),temos o rio Madeira com duas usinas(Santo Antônio e Jirau)em construção, próximas da capital do estado, Porto Velho. Estas obras têm impactos positivos, como geração de empregos, renda e energia, mas há também impactos socioambientais que podem alterar a qualidade de vida e o perfil de morbimortalidade da população local. O mercúrio(Hg) está presente em solos amazônicos e pode ser mobilizado deste compartimento por meio do alagamento de grandes áreas para barragens. O Hgse bioacumula na cadeia trófica em sua forma orgânica, o metil mercúrio(MeHg). O MeHgtem efeitos sobre o SNCe é a forma mais tóxica para o homem, gerando problemas de saúde. Este trabalho teve como objetivo avaliar a exposição ambiental ao Hg, via ingestão de peixes,em população ribeirinha infanto juvenil no rio Madeira, e verificar sua associação com biomarcadores de estresse oxidativo, comparando com populações urbanas da cidade de Porto Velho. A população com maiores níveis de exposição ao Hge estresse oxidativo foi a comunidade ribeirinha de Cuniã, que apresentou a maior frequência de consumo de peixes. Os biomarcadores Hg-S, Hg-C, MDA e GST foram significativamente diferentes (Testes T e Mann-Whitney, p-valor<0,001) entreas 3 comunidades estudadas (Belmont–ribeirinha urbano, Nacional-urbana e Cuniãribeirinha isolada), sendo mais elevados em Cuniã. O biomarcador Tiol não apresentou diferença entre as comunidades. Os níveis de Hg-S e Hg-C em Cuniã estavam acima dos valores de referência da OMS para populações não expostas ambientalmente (8 μg/L e 2 μg/g, respectivamente). Ribeirinhos com dietas ricas em peixe estão sob maior risco de exposição ao Hge, consequentemente, têm maiores riscos de alterações no desenvolvimento. Este estudo mostra a importância de programas de monitoramento da exposição para a vigilância da Saúde Ambiental.Biomarcadores do estresse oxidativo podem trazer um importante panorama de alterações metabólicas precoces, relacionadas a exposições ambientais,porém este tipo de estudo sempre deve ser realizado utilizando biomarcadores específicos, a fim de aumentar a confiabilidade dos resultados.