Dissertation
Mulheres lésbicas e bissexuais: experiências em serviço de atenção primária relacionadas à prevenção de infecção sexualmente transmissível
Fecha
2022Registro en:
SILVA, Danielle Meireles e. Mulheres lésbicas e bissexuais: experiências em serviço de atenção primária relacionadas à prevenção de infecção sexualmente transmissível. 2022. 92 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2022.
Autor
Silva, Danielle Meireles e
Institución
Resumen
Esta dissertação tem como objetivo analisar as experiências de um grupo de 18 mulheres cisgênero, as quais se denominam lésbicas ou bissexuais, com os serviços de saúde no campo das Infecções Sexualmente Transmissìveis (IST). As mulheres foram localizadas e convidadas a partir de suas experiências como participantes no “Grupo de Mulheres na Atenção Básica”, realizado em 2019 no municìpio de Mendes (RJ). A coleta de dados ocorreu por meio de um questionário autoaplicado disponibilizado via online e presencial. Após o preenchimento questionário, foi realizada a análise temática proposta por Laurence Bardin (1977), que possibilitou a construção de categorias centrais que compuseram os capìtulos desta dissertação, as quais são definidas como: o estigma da sexualidade e os impasses perante a aceitação familiar de mulheres lésbicas e bissexuais; vivendo a sexualidade no serviço de atenção primária à saúde; o comportamento sexual de mulheres lésbicas e bissexuais e o difìcil diálogo no campo das Infecções Sexualmente Transmissìveis (IST). Como resultado, foi possìvel demonstrar que a maioria das mulheres alegou ter tido dificuldades no inìcio da sua vida sexual em razão de doutrina religiosa e da falta de apoio familiar. A maioria das mulheres reconheceu a importância do profissional de saúde no processo de aceitação de suas sexualidades, porém, elas só conseguiram abordar essas questões anos após o inìcio da prática sexual por meio da psicoterapia. Mulheres bissexuais afirmaram ter seus atendimentos pautados em normas heterossexuais. Falta de capacitação profissional para com as demandas desse público e episódios de constrangimentos apareceram nos relatos como experiência negativa nos serviços de saúde. Observamos um distanciamento no que diz respeito à prevenção e detecção de IST. Há poucos relatos sobre a temática, assim como uma baixa procura voluntária por exames que detectam essas infecções, uma vez que44,4% das participantes realizaram o teste rápido no perìodo de 2 a 5 anos, e 38,8%, há 1 ano. Observamos neste estudo que parte das experiências negativas em relação aos serviços de saúde está, muitas vezes, relacionada à existência de discriminação nesses serviços, ao despreparo dos profissionais para lidar comas especificidades existentes, e à dificuldade em dialogar sobre suas sexualidades durante um procedimento, dificultando o acesso desse público a Atenção Primária de Saúde.