Dissertation
Hepatites B e C em Manaus: perfil clínico-epidemiológico e distribuição espacial de casos conhecidos desde 1997 a 2001
Fecha
2004Registro en:
ARAÚJO, Ana Ruth Silva de. Hepatites B e C em Manaus: perfil clínico-epidemiológico e distribuição espacial de casos conhecidos desde 1997 a 2001. 2004. 94 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2004.
Autor
Araújo, Ana Ruth Silva de
Institución
Resumen
As hepatites virais são importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente dois bilhões de pessoas se infectaram em algum momento da vida com o vírus da hepatite B (HBV) e 325 milhões de indivíduos tornaram-se portadores crônicos (M.S., 2002).
Apontada pela OMS como um dos mais graves problemas de saúde pública a ser enfrentado no século 21, a hepatite C atinge 3% da população mundial – aproximadamente 200 milhões de pessoas, das quais 3,2 milhões somente no Brasil, e é hoje um dos maiores desafios da saúde pública e da pesquisa médico-científica. Foi realizado um estudo com o
objetivo de verificar o perfil clínico-epidemiológico e a distribuição espacial de casos conhecidos de hepatites B e C na cidade de Manaus. Foram analisados retrospectivamente um mil, quinhentos e nove pacientes infectados pelo HBV e HCV, entre 1997 e 2001,
atendidos no Ambulatório Araújo Lima e na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas. Duzentos e trinta e um casos foram submetidos à análise para estudo do perfil clínicoepidemiológico. Os casos de hepatite estavam associados ao HBV em 72,7%, em 12,1% estavam associados ao HCV e 15,2% dos casos apresentavam associação dos dois vírus. O estudo do perfil clínico-epidemiológico destes pacientes mostrou predominância absoluta das formas crônicas. As formas clínicas encontradas foram predominantemente as formas avançadas da doença – Hepatite Crônica (26,8%, 28,6% e 45,7%) e Cirrose Hepática (54,8%, 64,3% e 42,9%). O sexo mais acometido foi o masculino (67,9%) e o feminino 32,1%. Em todas as faixas etárias houve predominância de casos de hepatite B. Mediana da
idade de ocorrência da hepatite B significativamente menor do que a mediana da idade de ocorrência da hepatite C. Ocorrência elevada de casos de hepatite C e de casos de hepatite com associação HBV/HCV nas faixas acima de 40 anos. Ocorrência nula de casos de
hepatite C nas faixas etárias até 19 anos. Os fatores de risco mais fortemente associados à ocorrência da hepatite B foram: uso de drogas injetáveis, história de cirurgia prévia e de transfusão sanguínea. Os fatores de risco mais fortemente associados à ocorrência da hepatite C foram história prévia de cirurgia e transfusão sanguínea. Com relação à
transmissão sexual, o estudo mostrou que tanto as relações homossexuais quanto as relações heterossexuais são fatores de risco para ocorrência das hepatites B e C, havendo necessidade de investigação sobre multiplicidade de parceiros e a prática de sexo desprotegido. A distribuição espacial das hepatites virais em Manaus não mostrou um padrão regular, ocorrendo de forma aleatória nos bairros; não foi identificado nenhum fator comum entre eles que estivesse determinando a ocorrência tanto da hepatite B quanto da hepatite C.