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Prevenção da transmissão vertical do HIV: atitude dos obstetras em Salvador, Brasil
Fecha
2008Registro en:
FARIAS, J. P. et al. Prevenção da transmissão vertical do HIV: atitude dos obstetras em Salvador, Brasil. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetricia, v. 30, n. 3, p. 135-141, 2008.
1806-9339
Autor
Farias, João Paulo Queiroz
Franco, Anamélia
Santos, Kleber Pimentel
Dourado, Inês
Castro Filho, Bernardo Galvão
Institución
Resumen
Objetivo: avaliar as atitudes e conhecimento dos obstetras das maternidades públicas da cidade de Salvador
(MPS) sobre as recomendações do Ministério da Saúde para a profilaxia da transmissão vertical do vírus humano
da imunodeficiência (HIV) e terapia antiretroviral em gestantes. Avaliou-se também a influência das condições de
trabalho, disponibilidade da testagem rápida e da terapia antiretroviral em relação à aplicação destas recomendações.
Métodos: realizou-se um estudo de corte transversal entre agosto e novembro de 2005, envolvendo 129/152
(85%) dos obstetras de todas as MPS. Utilizou-se como instrumento um questionário anônimo, estruturado e autoexplicativo,
com questões sobre as características da população, condições de trabalho e disponibilidade de insumos,
conhecimento e atitudes relacionadas ao aconselhamento e testagem para o HIV e condutas com as pacientes (uso da
zidovudina (AZT), reconhecimento de fatores de risco, escolha e manejo da via de parto e cuidados no puerpério).
Resultados: dos obstetras, 69% referiram conhecer integralmente as recomendações do Ministério da Saúde;
90,7% concordaram com a solicitação compulsória da testagem rápida para o HIV; 63,6% escolheram a cesariana
para via de parto; 38% contra-indicaram o parto por via vaginal; 37,5% recomendaram isolamento das pacientes
soropositivas e 58,1% indicaram laqueadura tubária. A maioria (90%) dos sujeitos referiram a existência de fatores
prejudiciais à aplicabilidade das recomendações, sendo que os mais apontados foram a realização inadequada
e a indisponibilidade das informações do pré-natal na admissão. Embora a testagem rápida estivesse disponível,
apenas um terço dos entrevistados afirmou que o resultado estava sempre disponível em tempo hábil. Conclusões:
algumas atitudes relacionadas à assistência à gestante com HIV foram discordantes das recomendações do Ministério
da Saúde. Na opinião dos entrevistados a inadequação do pré-natal e a indisponibilidade do resultado da testagem
rápida influenciam negativamente na aplicação das recomendações para profilaxia da transmissão vertical do HIV.