Thesis
O paradigma da complexidade no século XXI: da filosofia e ética da biologia a uma evolução antropológica e psicoafetiva em curso
Fecha
2007Registro en:
ALEKSANDROWICZ, Ana Maria Coutinho. O paradigma da complexidade no século XXI: da filosofia e ética da biologia a uma evolução antropológica e psicoafetiva em curso. 2007. 316 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2007.
Autor
Aleksandrowicz, Ana Maria Coutinho
Institución
Resumen
Esta tese foi-se constituindo, organicamente, ao longo dos artigos e capítulos de livros que a compõem. Nela, prossigo meu projeto de mestrado (ENSP-Fiocruz, 2001), em torno da obra de Henri Atlan, biofísico e filósofo espinosista francês contemporâneo, acompanhando seus desenvolvimentos e adicionando-lhe elaborações pessoais. Em consonância com o objetivo de contribuir para os fundamentos epistemológicos e metodológicos que alicerçam projetos e estratégias em Saúde Pública, procedo à revisão do
paradigma da complexidade, no qual as idéias de Atlan se inserem, na passagem do século XX ao XXI. Neste sentido, atualizo a ‘intercrítica’ entre as racionalidades científica e mítica, proposta por Atlan sob a égide da filosofia spinozista, tanto no que diz respeito a questões de biologia reprodutiva e clonagem, quanto em suas repercussões culturais em
mulheres e homens. Exploro, por diferentes vieses, a abrangência das audazes e multifacetadas hipóteses atlanianas sobre a evolução da natureza humana em curso, inclusive aplicando sua teoria de auto-organização a contextos práticos. Progressivamente
me aproximo do questionamento da dimensão psicoafetiva desta evolução, que não é tão investigada no pensamento atlaniano, por vias das neurociências, psicanálise e filosofia da mente. Aliada ao revigoramento recente de conceitos como verdade e razão, convergentes
com a vocação iluminista de Atlan, esboço releituras do paradigma da complexidade que possam melhor atender às novas premências culturais e societárias – assim como a suas necessidades afetivas subterrâneas negligenciadas – e às suas reverberações na ética e na
política. Desta forma, reitero a relevância deste paradigma para a pesquisa de fundamentos em Saúde Pública, em particular para a Promoção de Saúde. A amplitude, diversidade e entrelaçamentos de perspectivas que ele pressupõe e incentiva são respaldados por diversas vertentes do conhecimento, zelosas de sua especificidade disciplinar, mas que porfiam em concretizar no mundo uma aspiração em comum, positiva e democrática.