TCC
A avaliação do monitoramento de cianobactérias e cianotoxinas nos mananciais de abastecimento e na água de consumo humano em duas macro-regiões do Estado do Rio de Janeiro
Fecha
2008Registro en:
SACRAMENTO, Ana Maria Silva. A avaliação do monitoramento de cianobactérias e cianotoxinas nos mananciais de abastecimento e na água de consumo humano em duas macro-regiões do Estado do Rio de Janeiro. 2008. 48 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Controle da Qualidade de Produtos, Ambientes e Serviços Vinculados à Vigilância Sanitária) - Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2008.
Autor
Sacramento, Ana Maria Silva
Institución
Resumen
As cianobactérias são organismos procariontes e autotróficos encontrados nos mananciais superficiais. Quando ocorre o processo de eutrofização nessas fontes de água, tais organismos podem gerar florações de espécies potencialmente produtoras de cianotoxinas as quais se tornam predominantes naquele meio. Este trabalho apresenta a avaliação do monitoramento de cianobactérias e cianotoxinas nos mananciais e na água de consumo humano em 27 sistemas de abastecimento de água (SAAs), das regiões Metropolitana II e Norte do Estado do Rio de Janeiro. Esses sistemas são operados por prestadoras de serviço de saneamento que devem enviar, mensalmente, relatório de controle de qualidade à Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, em cumprimento à Portaria M.S. n.º 518/2004. Desses relatórios, foram extraídos os dados do trabalho, inclusive os valores absolutos ou as médias das densidades de cianobactérias, no ponto de captação dos SAAs. Quando os dados permitiram, foi realizada a avaliação das espécies em termos de biovolume, freqüência e toxicidade. O período de estudo foi de julho de 2007 a julho de 2008. Dos 27 sistemas analisados, 25 (92,5%) apresentaram um resultado bom, operando o sistema no nível de vigilância, com análises mensais; dentre esses, o SAA- ETA Laranjal, em São Gonçalo, que abastece uma população de cerca de 1.300.000 habitantes. Apenas 3 SAAs (11,%) apresentaram situação de alerta, operando no nível 1 de vigilância, com análises semanais e, em alguns períodos, houve necessidade de operar no nível de vigilância 2, com análises semanais e neste caso houve, possibilidade de risco à saúde humana.No período examinado, ocorreram florações de cianobactérias nas duas regiões em estudo. No manancial Lagoa de Juturnaíba, na Região Metropolitana II, verificou-se uma floração em dezembro e em abril, com densidades acima de 20.000 céls/mL e 10.000céls/mL, respectivamente, indicando uma situação de possível risco à saúde. Na região Norte Fluminense, no manancial Lagoa Feia, que abastece os SAAs A LN-4 e P3, houve uma floração somente na captação do sistema A LN-4, no mês de junho de 2008, com contagens superiores a 20.000 células/mL. No manancial Rio Paraíba do Sul que abastece o SAA P1, houve uma floração, nos meses de agosto e outubro de 2008, com contagens acima de 20.000 células /mL, o que representa possível risco à saúde. Nesses mananciais, foram identificadas espécies dominantes, potencialmente produtoras de hepatotoxinas (microcistinas), neurotoxinas e dermatotoxinas. Entretanto, todas as análises de microcistinas e saxitoxinas mostraram resultados abaixo do limite de 1μg/L estabelecido para microcistinas e de 3,0μg/L recomendado para saxitoxinas. Com base nesse estudo, foi possível mapear os mananciais que apresentam risco de contaminação e as áreas abastecidas que apresentam risco de exposição por cianobactérias e cianotoxinas. Constataram-se, ademais os seguintes pontos: a existência de limitações financeiras por parte de algumas prestadoras de serviço de saneamento que impedem o cumprimento de itens da legislação referente ao assunto; e a dificuldade para a realização da recomendação dos bioensaios em camundongos na avaliação da toxicidade.