Thesis
O Papel da Placenta na Ontogenia do Sistema HematopoéticoOrigem, Distribuição Espacial e Perfil Fenotípico e de Expressão Gênica de Células Comprometidas com a Hematopoese$
Fecha
2017Registro en:
PORTILHO, Nathália Azevedo. O Papel da Placenta na Ontogenia do Sistema HematopoéticoOrigem, Distribuição Espacial e Perfil Fenotípico e de Expressão Gênica de Células Comprometidas com a Hematopoese$. 2017. 253 f. Tese (Doutorado em Biologia Celular e Molecular)-Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2017.
Autor
Portilho, Nathália Azevedo
Institución
Resumen
Apesar de alguns estudos terem identificado um potencial hematopoético da placenta humana e de camundongos, pouco se sabe sobre a real contribuição deste tecido na ontogenia do sistema sanguíneo e da vasculogênese. Nesse sentido, o grande impacto potencial dessa constatação contrasta com a escassez de artigos que falam sobre a hematopoese na placenta. Propusemo-nos então a realizar um estudo detalhado das células hematopoéticas da placenta de camundongos durante a metade da gestação identificando a sua topografia e nicho. O objetivo foi identificar prováveis arranjos hematopoéticos e vasculares bem como a identidade dos precursores e das células que compõem o microambiente indutor. Para isso, foram realizadas análises morfológicas da placenta de camundongos na metade da gestação através de técnicas de histologia convencional, imunofluorescência de tecidos e de whole mount. Foram analisados camundongos de diferentes linhagens incluindo Swiss Webster, C57BL/6 e camundongos knockout para o gene Pgf (Pgf-/-). Foram realizadas também análises da expressão gênica de células após sua captura por microdissecção a laser e experimentos de enxerto subcapsular renal. Nestes, o cone ectoplacentário (EPC) de camundongos que expressavam GFP foi implantado abaixo da cápsula renal de camundongos receptores imunodeficientes. Foram identificados dois nichos principais na região de labirinto das placentas com 10,5 e 11,5 dias gestacionais, nos quais as células sanguíneas parecem se diferenciar por mecanismos distintos que ocorrem no mesmo período do desenvolvimento Além de formar células tronco e progenitores hematopoéticos de forma distinta, a porção distal da placenta parece também induzir a proliferação destas células e ainda uma segunda onda de eritrócitos nucleados que atende ao rápido crescimento fetal dessa etapa da gestação. Algumas células trofoblásticas gigantes, células espongiotrofoblásticas e deciduais podem fornecer um nicho favorável à eritropoese. Foi observado uma forte associação entre as células hematopoéticas e endoteliais sugerindo uma origem comum a essas duas linhagens celulares. A imunofluorescência mostrou a transição epitélio-mesenquimal de algumas células espongiotrofoblásticas. O potencial intrínseco de transição epitélio-mesenquimal destas células bem como seu potencial de diferenciação em células hematopoéticas Runx1+ foi confirmado em experimentos de enxerto com o EPC, o tecido progenitor das células espongiotrofoblásticas. A análise dos camundongos Pgf-/- reforçaram a teoria de que as linhagens hematopoéticas e endoteliais podem ser formadas de novo a partir de endotélio hemogênico. A análise da expressão gênica de células hematopoéticas microdissecadas não só ajudou na caracterização destas células na placenta como também confirmaram que algumas células espongiotrofoblásticas poderiam formar células sanguíneas por um mecanismo de diferenciação epitélio-mesenquimal-hematopoético