TCC
Pesquisa e identificação molecular de Rickettsia spp. em carrapatos (Acari: Ixodidae) em área silenciosa para Febre Maculosa no Nordeste do Brasil
Fecha
2019Registro en:
ALBUQUERQUE, Michellin Pereira de. Pesquisa e identificação molecular de Rickettsia spp. em carrapatos (Acari: Ixodidae) em área silenciosa para Febre Maculosa no Nordeste do Brasil. 2019. 45 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Entomologia Médica) - Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019.
Autor
Albuquerque, Michellin Pereira de
Institución
Resumen
Os carrapatos por serem ectoparasitos hematófagos podem transmitir diversos patógenos durante a alimentação, incluindo bactérias do gênero Rickettsia. Nesse gênero estão os bioagentes da Febre Maculosa (FM), doença infecciosa febril aguda de gravidade variável. No Brasil, a FM é a principal doença humana associada aos carrapatos. No Estado do Rio Grande do Norte (RN), área silenciosa para FM, alguns casos suspeitos da doença foram reportados, porém sem confirmação. Adicionalmente, estudo prévio identificou ectoparasitos positivos para presença de riquétsias do Grupo Febre Maculosa no Estado. Entretanto, o conhecimento sobre a história natural, vetores e bioagentes da FM no RN ainda é incipiente. O objetivo do presente estudo foi investigar a presença de Rickettsia spp. em carrapatos oriundos de áreas de interesse epidemiológico para FM no RN, Brasil. Inicialmente, os carrapatos foram identificados utilizando chaves dicotômicas especificas. Parte das amostras foi submetida à extração de DNA, amplificação e sequenciamento: para a identificação molecular dos carrapatos foi utilizado fragmento do gene 16S rDNA; e para pesquisa de riquétsias foram usados fragmentos dos genes gltA, ompA, htrA, e ompB. As sequências obtidas foram identificadas por análise comparativa com sequências do \201CGenBank\201D e submetidas à reconstrução filogenética através de análise de máxima verossimilhança. Foram coletados 1463 carrapatos, sendo 882 espécimes de Dermacentor nitens, 466 exemplares de Rhipicephalus sanguineus linhagem Tropical e 115 indivíduos de Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Das 383 amostras submetidas à pesquisa de riquétsia, foi identificada a presença de Rickettsia parkeri cepa Mata Atlântica em uma fêmea de R. sanguineus linhagem Tropical e em um macho de D. nitens, e a Rickettsia felis foi detectada em um macho de R. sanguineus linhagem Tropical. Apesar da ausência de casos confirmados de FM no RN, a detecção de R. parkeri cepa Mata Atlântica e R. felis, bioagentes reconhecidos da doença no Brasil, evidencia o potencial risco da área para ocorrência de casos de FM, bem como a chance de casos da doença estarem sendo subnotificados. Os resultados do presente estudo serão utilizados para sensibilizar o Sistema de Saúde do RN quanto a essa possibilidade. Dessa forma, mais estudos devem ser realizados para um melhor entendimento do cenário da FM no RN, incluindo os bioagentes, vetores e reservatórios envolvidos no ciclo das riquetsioses.