Dissertation
Precarização e violência no trabalho: um olhar sobre as relações de trabalho em instituições públicas de saúde do Rio de Janeiro
Fecha
2012Registro en:
MARTINS, Adriana Fernandes. Precarização e violência no trabalho: um olhar sobre as relações de trabalho em instituições públicas de saúde do Rio de Janeiro. 2012. 102 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2012.
Autor
Martins, Adriana Fernandes
Institución
Resumen
A terceirização é a forma de organização do trabalho utilizada maciçamente como
ferramenta de gestão e estratégia de redução de custos pelas empresas. No setor público,
especificamente na área da saúde, vem sendo largamente utilizada. No entanto, as
consequências negativas para as relações de trabalho e para saúde dos trabalhadores é
apontada por diversos autores. Uma delas é a vulnerabilização do trabalhador, devido à
fragilidade do vínculo entre este e a instituição. Esta vulnerabilidade ocorre tanto no
campo social, redução dos direitos à proteção social, quanto no campo físico e mental,
quando o trabalhador fica exposto às diversas formas de violência no trabalho.
Organismos internacionais alertam para maior incidência de violência no setor de
serviços de saúde e serviços sociais.
Esse estudo tem como objetivo conhecer as situações de vulnerabilidade dos
terceirizados de algumas instituições públicas de saúde do Rio de Janeiro e suas
repercussões na saúde dos trabalhadores. A abordagem qualitativa foi a metodologia
escolhida para aproximação com os trabalhadores através dos relatos de suas
experiências. Para isso, utilizamos a técnica de entrevista com doze trabalhadores e
representantes dos setores de Recursos Humanos e Ouvidoria de duas instituições
públicas de saúde do Rio de Janeiro. O tratamento dos dados foi realizado através da
análise de conteúdo temática.
Os resultados apontam para a vulnerabilidade das relações de trabalho terceirizadas que
geram tensão e conflitos. Essas situações de violência no trabalho muitas vezes se
caracterizam como assédio moral, com consequências negativas para saúde. As
instituições reconheceram a existência de conflitos e têm realizado a recepção, registro,
identificação e análise das queixas recebidas nos canais de atendimento. Ações para
prevenir e enfrentar esses conflitos têm sido propostas e suas implementações estão em
curso. Percebe-se que ao longo dos últimos anos algumas instituições mobilizaram-se
para regularizar a terceirização, no entanto, há muito a ser realizado para alcançar o
trabalho decente preconizado pela OIT.