Dissertation
Discursos das equipes de saúde mental das unidades de internação do DEGASE-RJ sobre as demandas de atendimento e a articulação com a rede de saúde pública
Fecha
2017Registro en:
RIBEIRO, Débora Stephanie. Discursos das equipes de saúde mental das unidades de atendimento e a articulação com a rede de saúde pública. 2017. 111 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2017.
Autor
Ribeiro, Débora Stephanie
Institución
Resumen
Esta dissertação é resultado de uma pesquisa de campo realizada entre os profissionais
de saúde mental do sistema socioeducativo do Rio de Janeiro. O objetivo da pesquisa foi
analisar como as demandas de saúde mental dos adolescentes que cumprem medida de
internação são identificadas e atendidas pelas unidades de internação e pelo Sistema Único de
Saúde - SUS, tendo como contexto o cotidiano das equipes de saúde mental das unidades e a
rede de relações interinstitucionais com demais atores relevantes (Secretarias de Saúde,
Departamento Geral de Ações Socioeducativas – Degase, Judiciário). Foi feito um estudo
qualitativo por meio da realização de entrevistas individuais semiestruturadas com
profissionais das equipes de saúde mental de duas unidades de internação e com profissionais
da Coordenação de Saúde do Degase. Como método de análise, foi utilizada a análise de
discurso crítica de Fairclough. Os resultados foram apresentados em dois artigos, que
compõem esse material. No artigo “Discursos sobre as demandas de saúde mental de jovens
cumprindo medida de internação no Rio de Janeiro” destaca-se que há concepções diferentes
entre os profissionais sobre o que se constitui enquanto demanda de saúde mental, mas não há
preponderância de um discurso. Identificou-se que os adolescentes têm poucas oportunidades
no fluxo atual das unidades socioeducativas de vocalizar diretamente suas necessidades e
estas aparecem geralmente intermediadas pelos técnicos de saúde. No artigo “Saúde mental
de adolescentes internados no sistema socioeducativo do Rio de Janeiro: relação entre as
equipes das unidades e a rede”, é apontada a fragilidade da articulação entre os gestores do
SUS e do sistema socioeducativo, impactando na rotina de trabalho das equipes de saúde
mental das unidades socioeducativas. Além disso, há ainda questões estruturais como a falta
de transporte e de agentes para acompanharem os adolescentes em atendimentos externos, e
resistências dos profissionais tanto dentro quanto fora das unidades. Como consequência, há
um isolamento tanto dos adolescentes quanto dos profissionais em relação às ações e políticas
de saúde mental do território.