Thesis
Colônia agrícola para alienados no Rio de Janeiro (1890-1924): discursos, projetos e práticas na assistência ao alienado
Fecha
2020Registro en:
CLAPER, Jeanine Ribeiro. Colônia agrícola para alienados no Rio de Janeiro (1890-1924): discursos, projetos e práticas na assistência ao alienado. 2020. 272 f. Tese (Doutorado em História das Ciências e da Saúde) – Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2020.
Autor
Claper, Jeanine Ribeiro
Institución
Resumen
Adotando como referências o discurso científico e político, a interpretação de linguagens e impressões visuais, a tese apresenta o resultado da investigação sobre a concepção e implantação das Colônias de Alienados da Ilha do Governador (1888-1924) e Colônia de Alienados de Jacarepaguá (1920-1924), na capital federal, e do asilo-colônia de Vargem Alegre (1904) e Colônia de Alienados de Vargem Alegre (1921), em Barra do Piraí, no antigo estado do Rio de Janeiro. Destaca o protagonismo do psiquiatra baiano Juliano Moreira na concretização de um modelo de assistência ao alienado comprometido com uma filosofia humanista e uma nova visão da ciência psiquiátrica que mudaram a perspectiva sobre a doença e o doente mental. Além disso, mostra o médico João Carlos Rodrigues Caldas como o realizador da ideia do psiquiatra baiano de implantar um modelo de colônia agrícola para alienados no âmbito da política de assistência do governo federal. Constata que, desde 1878, havia na província do Rio de Janeiro, em Niterói, uma estrutura de assistência para receber alienados provenientes de diversos municípios da província. A assistência estadual teve seu ápice com a (re)inauguração da Colônia de Alienados de Vargem Alegre, o que revelou a influência científica de Juliano Moreira na construção de uma assistência ao alienado estadual nos moldes da do governo federal. Apresenta o processo de urbanização que atingiu o indivíduo louco pobre que habitava as cidades, notadamente a do Rio de Janeiro, e problematiza os motivos que levaram à sua desterritorialização e à consequente institucionalização. Indica, com o suporte de uma análise qualitativa dos dados dos prontuários médicos, o perfil sociocultural, os diagnósticos e os locais por onde, provavelmente, este indivíduo circulava na cidade do Rio de Janeiro. Finalmente, utiliza a ferramenta da historie croisée para a investigação, sob o viés da história transnacional, das diferenças e semelhanças entre as Colônias de Alienados no Rio de Janeiro, Brasil, e a Colony Farm Michigan Asylum, em Michigan, Estados Unidos da América do Norte, tendo como paradigma científico internacional a Colônia de Alt-Scherbitz, na Alemanha, criada nas últimas décadas do século XIX.