Thesis
Diversidade genética e suscetibilidade antifúngica de cepas ambientais e clínicas de Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii no Brasil
Fecha
2008Registro en:
TRILLES, Luciana. Diversidade genética e suscetibilidade antifúngica de cepas ambientais e clínicas de Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii no Brasil. 2008. 121 f. Tese (Doutorado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas)-Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2008.
Autor
Trilles, Luciana
Institución
Resumen
A criptococose representa importante problema de saúde pública no Brasil. É micose de caráter sistêmico, causada por espécies do “complexo Cryptococcus”: Cryptococcus neoformans (Cn) e Cryptococcus gattii (Cg). Cn é cosmopolita, causando principalmente meningoencefalite em hospedeiros imunodeprimidos. Já Cg causa meningite e pneumonia fúngica em hospedeiros imunocompetentes de áreas tropicais e subtropicais, com expressiva letalidade no Brasil (56%). Técnicas moleculares permitem identificar espécies e os principais tipos moleculares destes agentes, VNI, VNII, VNIII, VNIV (Cn) e VGI, VGII, VGIII e VGIV (Cg). O tipo VNI é oportunista e predominante em todo mundo, associado a AIDS e outras condições de imunodepressão; VGI é o tipo molecular de Cg mais comum no mundo, porém VGII parece ser o mais virulento, sendo o agente da única epidemia de criptococose em humanos e animais já relatada, e que ainda se encontra em evolução no Canadá. O objetivo deste trabalho foi realizar estudo do perfil de sensibilidade antifúngica e genotípico de isolados brasileiros de Cn e Cg. O método de microdiluição em caldo foi utilizado para os testes de suscetibilidade antifúngica de 30 Cn e 57 Cg frente a 9 drogas. A tipagem molecular foi realizada por “PCR fingerprinting” e URA5-RFLP, o tipo sexuado foi determinado por PCR com primers específicos do gene de feromônio, e isolados atípicos foram caracterizados pela técnica de RCA (“Rolling Circle Amplification”). Cg demonstrou ser menos suscetível do que Cn frente a 7 das 9 drogas testadas. Testes in vitro de associação de micafungina com azóis demonstraram potencialização da atividade das drogas com possível aplicação em esquemas terapêuticos combinados. No Brasil, de 320 isolados Cn analisados, VNI predominou (88,4%), ocorrendo em todas as regiões, principalmente associado a AIDS. Com relação a 123 isolados Cg, predominou o tipo molecular VGII (74,8%), o principal agente da criptococose primária. Já o VGI, o mais comum no mundo, ocorreu somente nas regiões S e SE do país (12,2%). Considerando a recente emergência do VGII em regiões temperadas (Canadá), torna-se necessário o contínuo monitoramento regional dos tipos moleculares circulantes no Brasil, bem como a identificação de surtos de criptococose em humanos. Nova técnica molecular RCA, permitiu a rápida identicação de Cn e Cg, bem como distinção de alguns tipos moleculares e de isolados híbridos AD e possíveis híbridos AB.